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Professora baiana se emociona ao gravar vídeo em sala de aula vazia, com fotos dos alunos coladas nas carteiras

Em condições normais, estudantes de toda a Bahia estariam retornando para as salas de aula nesta segunda-feira (06), após o recesso das festas juninas. Com a pandemia do novo coronavírus, eles não vão para a escola desde o mês de março.

Uma professora de Feira de Santana, a 100 quilômetros de Salvador, gravou um vídeo para ajudar os alunos a matarem a saudade do ambiente escolar. O gesto simples, mas cheio de significado, teve repercussão nas redes sociais.

Eudália Lima Rios tem 39 anos e está trabalhando de casa, pela internet. Há alguns dias precisou ir até a Escola Olavo Bilac, onde leciona para o quarto ano do ensino fundamental, para pegar materiais que seriam utilizados durante as aulas virtuais. Então, teve a ideia de gravar um vídeo para mostrar aos alunos como estava o espaço e também homenageá-los.

Ela imprimiu em um computador fotos com os rostos de cada um dos 12 alunos e colou nas cadeiras, nas mesmas posições onde eles costumavam sentar no dia a dia. Com o celular, gravou um vídeo curto, chamando cada um pelo nome e mostrando as carteiras vazias. “Essa sala sem vocês não existe! Que saudade de vocês!”, disse.

No vídeo dá para notar que alguns livros e materiais didáticos ainda estão organizados na estante. Cartazes seguem colados nas paredes. A sala está arrumada, como se fosse receber os pequenos a qualquer momento. Também é possível perceber que a voz dela está embargada na gravação. Ela conta que, ao se deparar com a sala vazia, lembrou dos momentos vividos ali e as lágrimas rolaram.

“É difícil ficar longe de quem a gente ama e eu amo meus alunos. Amo o que faço. Sinto muita saudade da sala de aula, da convivência, sinto falta deles. É difícil acordar todos os dias e não poder estar com eles”.
Eudália destaca que esse é um momento delicado também para as crianças, por isso, é necessário demonstrar mais apoio e afeto. “Elas precisam saber que não estão sozinhas e que estamos juntos, mesmo que seja virtualmente”.

A professora admite que ainda sente estranheza ao ter contato com as crianças somente pelas telas, mas garante que o afastamento é apenas físico. “A gente sabe que a educação rompe barreiras, mesmo à distância. O conhecimento está acima de qualquer vírus, de distanciamento, por isso não podemos parar. Graças a Deus temos a tecnologia para nos ajudar.”

As aulas presenciais foram suspensas na Escola Olavo Bilac no dia 17 de março, alguns dias depois da confirmação do primeiro caso de coronavírus na Bahia – exatamente na cidade de Feira de Santana, onde fica a instituição de ensino.

O colégio foi fundado há 38 anos e jamais passou tanto tempo sem atividades. “A gente sente um vazio, uma sensação muito ruim. Nunca pensei em passar por uma situação como essa em tantos anos de educação”, diz a coordenadora Neinha Santiago.

Em princípio, ela imaginou que as medidas de isolamento social durariam cerca de 30 dias. Por isso, a escola adotou aulas individuais, com a professora encontrando separadamente cada aluno por videochamada.

Quando percebeu que a situação seria prolongada e que os alunos estavam apresentando um bom desempenho com as aulas virtuais, foram feitas algumas mudanças. Aos poucos, as turmas foram subdivididas em duplas, trios, até que voltou a se reunir totalmente, via internet. “Foi um momento de muita alegria. Eles ficaram eufóricos de estarem todos juntos novamente”.
De acordo com Neinha, as aulas seguem um cronograma normal, dentro do possível, com horário de início, término, intervalo para o lanche, momentos de recreação. As professoras explicam os assuntos, revisam as atividades de casa, como faziam anteriormente. A diferença é que agora precisam inovar ainda mais nas aulas, para prender a atenção dos alunos.

“Eu me surpreendo com as coisas que as professoras têm feito. Elas têm sido ágeis e criativas”, elogia.
Para Neinha, apesar de as atividades escolares estarem sendo feitas pela internet há quase quatro meses, o momento ainda inspira cuidados para toda a comunidade escolar, incluindo pais e responsáveis.

“Tudo é muito novo e muitas coisas ainda vão acontecer, muita coisa ainda vai precisar mudar na nossa rotina. Não vamos ter mais beijos, abraços, as brincadeiras vão precisar ser diferentes”, justifica.
Ela acrescenta que, como a escola é relativamente pequena, é possível estabelecer uma relação bem próxima com as famílias. “Sabemos que muitas pessoas estão passando dificuldades, percebemos que até as crianças estão emocionalmente abaladas. Aí, temos que estar ainda mais perto desse aluno, do jeito que dá. É um momento difícil para todos, mas temos que acreditar que isso vai passar”, conclui.

Fonte | G1Bahia

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