O Banco Central lançou oficialmente a nova cédula de R$ 200, que já começa a circular hoje mesmo no país, de acordo com a instituição. Segundo a diretora de Administração do BC, Carolina de Assis Barros, as notas já estão disponíveis em todas as capitais em que o órgão possui uma unidade regional. Além de Brasília, as unidades regionais de Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de janeiro, Salvador e São Paulo receberam as cédulas. As notas foram enviadas de avião.
O animal escolhido para estampar a nota é o lobo-guará, conforme o BC tinha adiantado no final de julho, quando anunciou a nova cédula. Esta é a sétima cédula da família de notas do real, que já tem notas de R$ 2, R$ 5, R$ 10, R$ 20, R$ 50 e R$ 100. As notas de R$ 1 não são mais produzidas.
Sem nota de R$ 200, faltaria dinheiro em circulação, diz BC A diretora do BC declarou que a pandemia do coronavírus exigiu um maior número de cédulas em circulação no país. Sem uma nota de R$ 200, haveria o risco de falta de papel-moeda, disse. Segundo ela, as projeções do BC mostraram a necessidade de um adicional de R$ 105,9 bilhões que precisaria ser gerado em um intervalo de cinco meses, para fazer frente à demanda.
O número veio como um adicional à encomenda de novas cédulas e moedas já previstas para o ano, da ordem de R$ 64 bilhões. “Diversos cenários de estresse foram modelados pela equipe econômica do BC e ficou claro que, se nenhuma medida incisiva fosse tomada, poderíamos sim ter falta de numerário”, afirmou ela.
450 milhões de notas até o fim do ano De acordo com o BC, a previsão é que até o fim do ano sejam produzidas 450 milhões de unidades da nota, o equivalente a R$ 90 bilhões. O BC gastará R$ 113,8 milhões a mais do que o previsto no Orçamento anual para a produção das novas notas e para a impressão de mais 170 milhões de cédulas de R$ 100. A produção da nota já era planejada antes, mas foi acelerada pela pandemia do coronavírus, que aumentou o entesouramento, ou seja, diminuiu a circulação de dinheiro em espécie na economia, segundo o BC. Isso ocorreu tanto por causa do fechamento do comércio quanto porque as pessoas passaram a guardar mais dinheiro em espécie em casa.
Entidades e partidos questionam nova nota Logo após o anúncio de que o BC lançaria a nova nota, entidades anticorrupção criticaram a medida que, segundo elas, facilita a circulação, ocultação e lavagem de dinheiro proveniente do crime. Com base no mesmo argumento, os partidos Rede, PSB e Podemos ingressaram com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo a suspensão da nova nota.
Em manifestação enviada ao STF na quinta-feira (27), o BC argumentou que a suspensão acarretaria um “sério prejuízo”, pois a Casa da Moeda já havia entregado à entidade 7,2 milhões de cédulas de R$ 200 e a previsão é de que esse número chegue a 20 milhões.
Antes mesmo do lançamento da nova cédula, havia informações de que uma versão falsa estaria circulando em Madureira, no Rio de Janeiro. A escolha do animal, que corre risco de extinção, gerou memes e piadas na internet, sobre quais poderiam ser os personagens a ilustrar a nota. Um deles ganhou certa popularidade: o vira-lata caramelo.
Foi organizado até um abaixo-assinado para que o cão estampasse a nota no lugar do lobo-guará. Elementos de segurança da cédula O BC optou por manter os elementos de segurança já existentes nas cédulas da segunda família do real, que já são conhecidos pela população:
Número que muda de cor, do azul para o verde, com uma faixa brilhante parecendo rolar para cima e para baixo, ao se movimentar a nota; Marca-d’água, que apresenta o valor da nota e a imagem do animal; Número escondido, que aparece quando a nota é colocada na posição horizontal, na altura dos olhos; Alto-relevo em diversas áreas, na frente e no verso da nota.
Fonte | Uol