O Campeonato Paulista de 2022 terminou como uma remontada histórica como poucas vezes se viu no futebol. Dominado no Morumbi, o Palmeiras massacrou o São Paulo e goleou o rival por 4 a 0 com uma exibição impecável neste domingo no Allianz Parque Raphael Veiga balançou duas vezes a rede foi o protagonista da goleada que deu à equipe alviverde seu 24º título estadual. Danilo e Zé Rafael também foram às redes.
Já há alguns meses na galeria dos maiores técnicos da história palmeirenses, Abel Ferreira levantou seu quinto troféu em 17 meses de trabalho. Valorizado, o técnico mais bem pago do Brasil montou uma estratégia que fez seus atletas serem capazes de encurralarem o São Paulo. Foi uma apresentação irretocável diante do time de Rogério Ceni, que segue em busca de seu primeiro troféu à frente do clube do qual foi ídolo como jogador
Acostumado a empilhar taças em sequência desde 2015 – ergue a sexta em dois anos – o Palmeiras jogou para ser campeão. E fez isso, mais uma vez, com um futebol de intensidade e agressividade, como quer seu treinador. O São Paulo entrou aparentemente para jogar uma partida sem importância e foi castigado.
Foi a primeira vez na história que o Palmeiras conseguiu reverter uma desvantagem em jogos de mata-mata no tempo normal no Allianz Parque e também foi a primeira oportunidade em que tirou uma desvantagem de dois gols aberta por um adversário na ida de uma partida eliminatória no Estadual.
Toda a bola que deixou de jogar no Morumbi o Palmeiras jogou no Allianz Parque. O time de Abel Ferreira fez um primeiro tempo irretocável e atropelou o São Paulo. Intenso, ligado e concentrado, o atual campeão continental precisou de 27 minutos para apagar a vantagem são-paulina. Com menos de meia hora, o Palmeiras já vencia por 2 a 0 graças a dois gols de seus volantes, Danilo e Zé Rafael.
Danilo, que fez muita falta à equipe alviverde no Morumbi, marcou aos 21, de cabeça. O gol coroou mais uma exibição magistral do jovem meio-campista. Seis minutos depois, Zé Rafael bateu rasteiro e viu a bola bater na trave antes de entrar.
Fruto de uma pressão avassaladora, os gols em um intervalo curto incendiaram os palmeirenses no Allianz Parque, que teve sua capacidade reduzida em virtude da montagem do palco que receberá o show da banda Maroon 5 na terça-feira. Atrás dessa estrutura estavam 1500 torcedores que assistiram à partida em três telões montados naquele setor, o Gol Norte. Eles se comportaram como se estivessem vendo o gramado, e não o telão. Uma cena que causou estranhamento.
Mas a eles nada importava fora o que estavam vendo ali: uma superioridade do Palmeiras diante de um rival acuado e assustado como há muito não se via. Isso ficou claro pelo número de finalizações, para citar apenas uma estatística. Foram 15 chutes dos mandantes contra quatro dos visitantes.
Naturalmente insatisfeito com seus atletas, Ceni colocou Arboleda no lugar do jovem Welington no intervalo, o que fez Léo jogar na lateral esquerda. A alteração não deu resultado. Foi por esse setor que Dudu deixou Léo no chão, fez o que quis com Diego Costa e cruzou rasteiro para Veiga desviar e marcar o terceiro. O lance sintetizou o que foi o clássico: um Palmeiras atento e habilidoso diante de um São Paulo perdido.
Com a necessidade de marcar um gol para forçar as penalidades, o São Paulo teve de atacar. Ceni lançou mão de Nikão e Luciano para buscar mudar o cenário do jogo, muito favorável à formação alviverde, que seguia dominando a partida, mesmo reduzindo naturalmente o ritmo.
No fim, Raphael Veiga coroou sua atuação memorável com mais um belo gol e transformou a vitória em goleada, fazendo 31 mil palmeirenses no Allianz Parque gritarem em uníssono e festejarem o 24º título estadual.