A chuva até ameaçou chegar com força, mas acabou vindo tímida, no meio da manhã. Foi logo embora, o sol apareceu e os adeptos do veganismo correram para o Parque da Cidade, para matar as saudades da Feira Vegana neste domingo (3). O evento acontece anualmente, mas estava suspenso por causa da pandemia de coronavírus.
Mais de 30 estandes foram instalados, com os mais diversos produtos, já que o veganismo vai muito além da alimentação. Seus adeptos não consomem nenhum produto de origem animal, incluindo aí, além da comida, cosméticos e até roupas. Por isso, tinha lojinhas de todo tipo.
Frequentadora do Parque, Helena Soidan nunca tinha visto a Feira ali. Embora não seja exclusivamente vegana, ela às vezes recorre a esse tipo de alimentação. Ela e a amiga Zilma Brito experimentavam uma arepa, um bolinho de milho que nasceu nas aldeias indígenas latino-americanas. Aquela que as amigas comiam vinha acompanhada de guacamole, pasta mexicana à base de abacate.
Disciplinada, Helena, uma farmacêutica de 57 anos, diz que tem uma alimentação variada. Só tem restrições a leite e trigo, por recomendação médica. Acha a comida vegana saborosa, mas não consegue dispensar a carne.
“Tenho uma vida corrida e é difícil ter uma rotina para ter uma dieta vegana. Por isso, não consigo. Mas sempre que posso, vou a restaurantes naturais”.
Já Zilma, de 63 anos, reconhece que, na hora de comer, não tem a disciplina da amiga. “Adoro carne! Não sou ‘natureba’, como Helena. Mas eu experimento comida natural e gosto”, disse a enfermeira que foi ao Parque a convite do dono de um estande.
Mas tinha muita gente que foi ao Parque apenas passear e foi surpreendida pela feira. Teve até um desses gaiatos que o repórter flagrou falando com os amigos: “Êta! Ali só tem coisa saudável. Não vou nem encostar, que eu posso ficar doente”.
A terapeuta integrativa Diana Parivartan, 51, é vegana desde 2013. Antes, desde os 19, já era vegetariana. “Quando comecei, era muito difícil [ter uma alimentação vegana ou vegetariana]. Naquela época, eu ainda usava produtos de origem animal, como shampoo e lã. Mas agora está mais fácil encontrar alimentos e produtos veganos. Hoje mesmo, aqui na Feira comprei muitas coisas”, disse, enquanto se deliciava com uma fatia de cheese cake de maçã com caramelo que havia comprado por R$ 17. E era consumida num prato de papel, com um garfo de madeira, como recomenda o veganismo, já que esses materiais se decompõem mais rapidamente que o plástico.
Mas Diana diz que aderir à alimentação vegana não é tão caro quanto parece, se a comida for feita em casa.
“Comprar produtos veganos prontos, como linguiça, carne do futuro e queijo, fica caro. Mas se você prepara em casa, fica muito acessível, porque a base da alimentação vegana são legumes, frutas e verduras”.
Doces e cosméticos
A comerciante Laís Lage, da marca Saravá Sustentável, aproveitou a feira para divulgar e vender seus produtos. Ali, tinha coletor menstrual, talheres feitos de bambu e desodorante natural. O bambu usado para desenvolver os produtos que ela vende é brasileiro e essa é uma maneira de estimular a agricultura familiar, segundo Laís.
Janaina Maynart tem uma confeitaria vegana e em seu estande, que leva seu sobrenome, ela vendia cupcake (R$ 8) e brigadeiro (oito unidades por R$ 32), entre outros doces. “Além de ser vegano, nosso doce é feito sem produtos que podem causar alergia, como leite, amendoim e soja”.
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