A venda da camisa usada por Maradona nas quartas de final da Copa do Mundo de 1986, quando o craque argentino marcou dois gols históricos contra a Inglaterra, começou nesta quarta-feira com uma oferta de mais de 5 milhões de dólares (R$ 23,1 mi).
O leilão, que está sendo realizado pela internet, está aberto até 4 de maio. A camisa estava em exposição no Museu Nacional do Futebol em Manchester e está atualmente na sede londrina da casa Sotheby’s, que organiza o pregão.
Poucas horas depois da abertura, foi registrada uma primeira oferta de 4 milhões de libras (R$ 24,1 mi), preço inicial estimado pela Sotheby’s.
Este já é um valor recorde para uma camisa de futebol vendida em leilão. O recorde absoluto foi estabelecido em 2019 pelo uniforme de Babe Ruth, um lenda do beisebol nos Estados Unidos.
Em 2002, a camisa usada por Pelé na final da Copa do Mundo de 1970 foi adquirida por mais de 157 mil libras em um leilão da Christie’s, um recorde na época.
O leilão do uniforme de Maradona, no entanto, não está isento de polêmica. Uma parte da família do craque, que morreu aos 60 anos em 25 de novembro de 2020, afirma que a camisa em exposição não é a mesma que o jogador usou quando marcou os dois gols lendários contra a Inglaterra no segundo tempo, mas a que ele teria usado apenas na primeira etapa.
O craque argentino trocou de manto no final da partida com o meio-campista inglês Steve Hodge, que foi o proprietário da peça durante 35 anos e a emprestou ao museu de Manchester. Os dois jogadores contaram o episódio em suas respectivas biografias.
O duelo de quartas de final no México, que esteve cercado de simbolismo por ter acontecido apenas quatro anos depois da Guerra das Malvinas entre Inglaterra e Argentina, entrou para a história e contribuiu para construir a polêmica em torno da lenda de Maradona.
Aos seis minutos do segundo tempo, Maradona marcou com a “mão de Deus” após uma tentativa de corte mal-sucedida de Hodge na entrada da área, um gol que acabou sendo validado pelo árbitro mesmo depois de muita reclamação dos jogadores ingleses.
Apenas quatro minutos depois, o craque argentino marcou um tento antológico, eleito como “o gol do século” em uma votação da Fifa, ao partir de seu campo de defesa, passar por quatro jogadores ingleses e, por fim, pelo goleiro Peter Shilton, para terminar com a bola no fundo das redes.
Depois, nas semifinais, a Argentina venceu a Bélgica por 2 a 0, com dois novos golaços de Maradona, e a Alemanha Ocidental na final, por 3 a 2, para conquistar o segundo título mundial da nação sul-americana, oito anos depois de vencer o torneio como anfitrião em 1978.