Cerca de 1,3 mil indígenas participaram, nesta quarta-feira (27), de uma passeata na região do Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, para garantir os direitos dessa população. O grupo percorreu o local passando em frente à Governadoria e em parte da Avenida Paralela. No total, 1,8 mil indígenas chegaram a Salvador na segunda-feira (25). O restante do grupo permaneceu acampando na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba)
De acordo com o coordenador regional geral do Movimento Unidos dos Povos Indígenas (Mupoiba), Som Pataxó Hã hã hãe, eles pedem melhores condições em saúde, educação, valorização do salário dos professores e também uma reunião com o Secretário de Educação, Danilo de Melo Souza, e o Governador da Bahia, Rui Costa, para levar as reivindicações dos 30 povos indígenas do estado que participam do movimento.
“Nós queremos que o governo cumpra as agendas que foram marcadas no início da semana e que não foram cumpridas ainda. Queremos diálogos. Vamos permanecer aqui amanhã esperando que esses agendamentos sejam cumpridos”, disse o coordenador.
O grupo composto por cerca de 1800 indígenas chegou a Salvador na segunda-feira (25) e está acampado na Alba para participar do 4° Acampamento dos Povos Indígenas da Bahia que durará quatro dias, até a sexta-feira (29). Este ano, o intuito é discutir com a gestão estadual e o Legislativo as questões relativas aos territórios, educação e saúde indígenas.
Na terça-feira (26), parte do grupo seguiu para a frente da Governadoria protestando por melhorias na educação, onde, segundo um dos líderes, Kâhu Pataxó, de 31 anos, foram recebidos pelos policiais que estavam no local com bomba de gás e spray de pimenta. O líder foi um dos atingidos pelas bombas de gás. Não se sabe exatamente quantos indígenas ficaram feridos. Nesta quarta-feira, no entanto, o ato dos indígenas aconteceu de forma pacífica.
O secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS), Carlos Martins, se reuniu na terça com um grupo de lideranças indígenas. “O nosso objetivo, e o de todas as lideranças, é que o acampamento seja um sucesso, sem episódios que marquem negativamente a relação de respeito e confiança que o Governo da Bahia tem com as comunidades indígenas do estado. O diálogo sempre existiu e continuará aberto para as lideranças indígenas”, afirmou o secretário Carlos Martins.