A Marinha do Brasil doou à Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (Setur) o casco do navio-varredor “Anhatomirim”. O ato ocorreu na tarde desta quarta-feira (27), durante a cerimônia de assinatura do termo de doação realizado na sede do Comando do 2º Distrito Naval, no bairro do Comércio, em Salvador.
Durante a cerimônia de transferência do navio, o secretário de Turismo da Bahia, Maurício Bacellar, anunciou que o casco do “Anhatomirim” e o ferry-boat Juracy Magalhães, também doado pela Marinha do Brasil, serão submetidos a um afundamento controlado na Baía de Todos-os-Santos (BTS), com o objetivo de tornarem-se recifes artificiais e proporcionar o desenvolvimento do habitat marinho no local.
“Receber esse navio doado pela Marinha Brasileira, para que a gente possa fazer o naufrágio controlado dele, é estimular o turismo náutico da Bahia e em particular o turismo de mergulho. O naufrágio controlado, quando bem dirigido, se transforma em um recife artificial que desenvolve a vida marinha”, declarou o secretário de Turismo da Bahia, Maurício Bacellar.
A iniciativa também visa incentivar o turismo subaquático na região. Antes de ser naufragado, a embarcação será preparada para garantir a segurança do procedimento, com a retirada de peças e de todo material potencialmente poluente, de forma a preservar o meio ambiente.
Além do secretário, estiveram presentes o Vice-Almirante Humberto Caldas da Silveira Júnior, comandante do 2º Distrito Naval, representantes do trade turístico, da Fundação Baía Viva e da Associação dos Mergulhadores Recreativos da Bahia (Amerb).
Para o Vice-Almirante, o projeto, além de estimular o turismo, ainda será capaz de destacar a importância dos mares em outros setores como o comercial e o náutico. “Além da doação do casco para atividades de mergulho, nós temos como atividade um fim importante, o desenvolvimento da mentalidade marítima”, destaca o comandante do 2º Distrito Naval.
Navio “Anhatomirim” quando ainda estava em atividade (Ascom/ Marinha do Brasil) |
O “Anhatomirim” era um navio-varredor, da classe “Aratu”, construído na Alemanha e incorporado à Marinha do Brasil em 1971. Permaneceu subordinado ao Comando da Força de Minagem e Varredura até sua baixa do serviço ativo da Armada, em 2016.
O ferry-boat Juracy Magalhães, que está fora de circulação, também será afundado na Baía de Todos-os-Santos. “Vamos abrir a licitação para realizar as duas operações, com estudos ambientais e escolha da melhor localização no mar. Os naufrágios deverão ser realizados até o fim do ano”, explica o titular da Setur-BA, Maurício Bacelar.
Em 2020, o ferry Agenor Gordilho e o rebocador Vega passaram pelo mesmo processo. No fundo da baía, ainda se destacam três embarcações de naufrágios históricos: Galeão Sacramento (1668), Vapor Maraldi (1875) e Clipper Backdader (1905).
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro