Desaparecidos desde o estupro e morte de uma garota indígena de 12 anos, indígenas yanomamis foram encontrados. De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, a Polícia Federal recebeu depoimento do líder indígena Júnior Hekurari.
De acordo com o relato do líder à PF, os indígenas que moravam na comunidade de Aracaçá se mudaram para outros lugares no território indígena, mas parte deles agora mora na comunidade Palimiú.
O desaparecimento na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, foi amplamente denunciada nos últimos dias por causa do apelo do conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana (Condisi-YY), a qual é presidida por Hekurari.
Segundo a reportagem da Folha, a PF vai instalar uma base de seis meses na região em decorrência da violência de garimpeiros contra os indígenas.
Campanha
A campanha “Cadê os Yanomami”, mobilizada por povos indígenas, tem sido amplamente difundida por famosos e influenciadores digitais. Ela surgiu a partir de investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, que foram acompanhar o caso de perto e não encontraram os indígenas em Aracaçá. A comunidade estava vazia, com uma das casas queimadas.
Depois de denúncias envolvendo a violência na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, uma comitiva de parlamentares do Senado e Câmara dos Deputados viajará no dia 12 de maio para Boa Vista, capital do estado. De acordo com o senador Humberto Costa (PT-PE), que é autor do requerimento aprovado pela Comissão de Direitos Humanos do Senado, uma diligência externa foi aprovada para acompanhar o garimpo ilegal nas terras indígenas.
“É obrigação da CDH tomar providências contra esta mazela que está matando os Yanomami. Com Bolsonaro, o Estado brasileiro é omisso e está deixando a comunidade Yanomami desaparecer. Dados mostram que a desnutrição infantil e a devastação ambiental do território, por exemplo, são consideradas as piores dos últimos 30 anos”, disse o senador.
A matéria foi originalmente publicada no Jornal do Commércio.