Técnico do Flamengo, o português Paulo Sousa falou pela primeira vez sobre as declarações de Jorge Jesus, que fez críticas ao momento vivido pelo clube carioca e deu prazo até o dia 20 deste mês para a diretoria do rubro-negro manifestar o interesse no seu retorno.
Durante entrevista após a derrota do Flamengo para o Botafogo, neste domingo (8), por 1×0, no estádio Mané Garrincha, em Brasília, Paulo Sousa se mostrou descontente com o seu conterrâneo e desejou que Jesus “fique em paz consigo mesmo”.
“Em relação ao Jorge, é um treinador que eu respeito. Respeito a história no Flamengo, respeito a importância dessa história e respeito aquilo que o Jorge foi no Flamengo em 2019. Mas também temos que respeitar o Paulo Carpegiani, que ganhou o título mais importante da história do clube, que é o Mundial de Clubes. Por isso é essa a situação”, disse o treinador do Fla.
“Eu só peço a Deus que abençoe a ele e a sua família. E que ele, muito sinceramente, tenha saúde, paz, sobretudo consigo mesmo. E sucesso”, completou.
Em entrevista ao colunista Renato Maurício Prado, do UOL, Jorge Jesus confirmou que quer voltar a ser técnico do clube. “Quero voltar, sim. Mas não depende só de mim. Posso esperar até pelo menos o dia 20. Depois disso, tenho de decidir a minha vida profissional”, revelou.
A declaração do técnico português repercutiu nas redes sociais, e Jesus foi criticado por supostamente ter sido antiético com seu compatriota Paulo Sousa. Empresário do atual treinador do Flamengo, Hugo Cajuda classificou o episódio de “vergonhoso”.
“Sem surpresa assistimos a mais um momento deplorável, de alguém que só estando perturbado e desesperado pode revelar tamanha falta de ética, falta de respeito e falta de profissionalismo. Apesar do seu largo histórico, a referida pessoa consegue subir muitos patamares em mais um episódio vergonhoso”, iniciou Cajuda.
“Esta é a continuidade do ‘eu’ sempre a sobrepor-se ao ‘nós’, do uso da pandemia, um tema tão grave, para justificar desastres, como o que aconteceu no Benfica, ou como justificativa para abandonar o Flamengo poucos dias após renovar e num momento delicado para o clube”, seguiu.
Cajuda também chamou a ação de Jorge Jesus com um compatriota como um ataque “à classe dos treinadores, à ética e à dignidade”, e relatou ter sido procurado por outros profissionais que se solidarizam com Paulo Sousa.