O presidente Jair Bolsonaro minimizou novamente o impacto da inflação para os brasileiros. Sem citar dados, ele disse nesta quarta-feira (11) que o Brasil foi um dos países “que menos subiu o preço das coisas”. A inflação bateu 1,06% no último mês, a maior para um mês de abril desde 1996.
Bolsonaro voltou a repetir que “a crise é no mundo todo” e que o governo federal tem sofrido “acusações injustas” por conta da perda do poder de compra no país.
As declarações foram dadas em conversa com apoiadores que ficam no cercadinho do Palácio da Alvorada. Uma mulher contou que já morou no Canadá, o que levou o presidente a comparar os dois países.
“Acabei de conversar com brasileiro que está na Inglaterra e ele falou do custo de vida lá, inclusive hábitos alimentares, foram mudados porque a crise é no mundo todo. Estou com uma senhora aqui que mora no Canadá. O preço do combustível no Canadá como está?”, questionou o presidente.
A mulher respondeu que custava 12 dólares o litro. “Então está mais de R$ 10 o litro. E o preço da carne lá fora está quanto, subiu muito?”, continuou Bolsonaro. “Subiu demais. A gente compra meio quilo de carne por mais de R$ 50”, afirmou a mulher. Bolsonaro quis saber que tipo de carne, e ela respondeu “picanha”.
“Então, 1kg de picanha, R$ 100, US$ 20. A crise é no mundo todo”, avaliou. “Inclusive, quanto é que está 1kg de picanha no Brasil?”. “R$55, R$ 60”, responderam os apoiadores. “Menos da metade do preço que está lá fora. Está caro? Está caro. Por que isso daí? Vocês lembram do ‘fique em casa, a economia a gente vê depois’? Então, quem mandou ficar em casa é que é o responsável por isso. Não é só quem mandou não. Mandou e vigiou, botou a polícia em cima, botou o guarda municipal”, afirmou, aproveitando a oportunidade para novamente criticar medidas tomadas durante a pandemia para evitar a proliferação da covid-19.