Cem famílias carentes do bairro do Calabar vão poder comprar um botijão de gás por R$ 50, na próxima segunda-feira, a partir das 7h. A iniciativa faz parte da ação preço justo do gás, comandada pelo Sindipetro Bahia. O botijão de gás será vendido por R$ 50 para 100 famílias carentes, previamente cadastradas pela associação de moradores local.
A ação vai acontecer na Praça 11 de Maio, no bairro do Calabar, em frente à base da Polícia Militar e tem como objetivo denunciar e reivindicar a mudança da política de preços da Petrobras e da Acelen, empresa que hoje administra a Refinaria Landulpho Alves, após a privatização da refinaria baiana.
A política de dolarização dos preços dos combustíveis adotada pela Petrobras nos governos Temer e Bolsonaro tem sido uma das grandes responsáveis pela alta da inflação como apontou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ao divulgar na quarta-feira (11), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Puxado pela alta dos preços dos combustíveis, o IPCA revelou uma inflação de 1,06% para abril (a mais alta para este mês desde 1996) e de 12,3%, em 12 meses.
De acordo com pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o trabalhador que recebe um salário mínimo (R$ 1.212) comprometeu em média 61% do seu rendimento para comprar os produtos da cesta básica no mês de abril. “Com a inflação altíssima e a perda de compra do salário, como reservar R$ 120,00 de um salário mínimo para comprar um botijão de gás?”, questiona o Diretor de Comunicação do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa, lembrando que a ação do preço justo do gás realizada pelo sindicato há três anos é pautada em estudos que mostram que este seria um valor justo para o botijão de gás, preservando o lucro do produtor e distribuidor”.
Apesar da política de dolarização dos preços dos combustíveis adotada pela atual gestão da Petrobras, na Bahia, a situação tem se mostrado pior do que no restante do país. No estado nordestino, a Acelen, empresa privada, vem ditando os preços dos combustíveis sem nenhuma concorrência, fruto da privatização. Em cinco meses de funcionamento, a ACelen já efetuou 3 reajustes no gás de cozinha, acumulando um percentual de aumento de 17,02%, enquanto a Petrobrás reajustou o produto em 10%.