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Empresas de diferentes setores investem em iniciativas de ESG

A participação de empresas de diferentes setores econômicos no I Fórum ESG Salvador, realizado nos dias 11 e 12 pelo Jornal CORREIO e portal Alô Alô Bahia, no Porto Salvador, demonstrou que melhores práticas ambientais, sociais e de governança não são uma nova onda passageira, mas uma cultura hoje imprescindível para a sobrevivência dos negócios em todos os segmentos da indústria e de serviços.

Para apresentar ações já em vigor e seus resultados, grandes organizações marcaram presença no painel que abriu a tarde do segundo dia do evento. Um exemplo foi o do Sindicato Nacional das Indústrias de Cerveja (Sindicerv), entidade que representa 80% da produção da bebida no Brasil, e cujos investimentos em energias renováveis crescem consideravelmente.

“Atualmente a geração de energia nas fábricas é de 202 mil MWh/ano, o que equivale à redução anual de 32 mil toneladas de CO2. Isso é o proporcional à retirada de mais de 50 mil veículos de circulação”, comparou o gerente-jurídico do Sindicerv, Fabio Ferreira. Já existem três cervejarias totalmente abastecidas com energia renovável e a meta é que, em 2023, 100% da produção consiga zerar as emissões de carbono.

“O que o terceiro maior banco privado do País pode acrescentar quando a gente pensa em uma cadeia produtiva e em negócios sustentáveis?”. Com esta pergunta, Patrícia Audi, vice-presidente de Relações Institucionais e Sustentabilidade do Santander Brasil, abriu sua apresentação para mostrar as ações de ESG que a empresa já adota em seu cotidiano.

NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS
“A gente entende que sustentabilidade é negócio. Tivemos um ano recorde (2021): mais de R$ 50 bilhões em negócios sustentáveis. O que são esses negócios? São empréstimos feitos com critérios ambientais. Ou seja, a gente concede crédito, desde que vinculado a alguns parâmetros ambientais, a exemplo de projetos de reflorestamento e do agro responsável”, frisou.

Para empresas que têm como base de seus produtos a madeira, o compromisso ambiental já é uma prática de sobrevivência permanente.  No estado, elas são representadas pela Associação Baiana de Empresas de Base Florestal (Abaf). No I Forum ESG Salvador, a Abaf marcou presença por meio da apresentação de sua presidente Mariana Lisbôa, que também é líder global de Relações Corporativas da Suzano S/A.

DEIXAR UM LEGADO
“O lucro sempre será importante, mas não é mais suficiente. A sociedade e o próprio acionista querem mais: gerar e compartilhar com os diversos públicos, deixando um legado para esta e as próximas gerações”, enfatizou Lisbôa. A presidente da Abaf completou: “O setor florestal, pelo seu tamanho, entende perfeitamente que tem um papel relevante neste processo de transformação cultural.”

A Suzano, hoje, tem 1,3 milhão de hectares de áreas plantadas; 960 mil hectares de área conservada; gera mais de 15 mil empregos diretos e mais de 21 mil indiretos; contabiliza 15,2 milhões de CO2eq estocados em sua área  e arrecada R$ 202 milhões em tributos federais. “Fazendo um recorte de empregos, só em Mucuri, a Suzano gera seis mil postos de trabalho, entre diretos e indiretos. Você pode imaginar a revolução social que é trazida por uma companhia como esta para uma pequena cidade do interior do nosso estado?”, questionou Mariana Lisbôa.

CENÁRIO DE OPORTUNIDADES
Diretor-executivo do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Ricardo Mastroti afirmou que os cenários de Salvador e da Bahia são promissores em relação ao panorama de oportunidades para empresas desenvolverem ações de ESG. “A gente percebe uma economia muito diversificada com atividades pecuária, industrial, mineração, turismo e serviços. Hoje, o PIB do estado representa 36% da região Nordeste”, reforçou.

Mastroti ressaltou, ainda, que Salvador foi uma das primeiras capitais a se preocupar com a economia de baixo carbono e mapear os riscos climáticos. Também foi reconhecida como uma das três cidades (ao lado de Rio de Janeiro e Campinas) de destaque pelo modo como gerencia as questões climáticas, de acordo com levantamento da CDT Cities, organização internacional que mede os impactos ambientais de empresas e governos.

FOCO NAS COMUNIDADES
Para ser ESG, não basta olhar para processos internos. Além dos cuidados com o meio ambiente, as empresas precisam estar alinhadas com as populações do entorno onde estão instaladas. O Plano Básico Ambiental da BAMIN no Porto Sul, em Ilhéus, é um bom exemplo que já conta com 34 programas (11 de caráter social e 23 ambientais). Esta foi uma das ações apresentadas pela diretora de ESG, Meio Ambiente, Relação com Comunidades e Comunicação Corporativa Rosane Santos.

“Nada disso é construído ou definido sem que esteja alinhado com a população do território e ele percorre uma série de outras necessidades da região. A gente fala de educação ambiental, cultura, resgate da flora, monitoramento de diversos biomas, apoio ao empreendedorismo, educação e capacitação. Disponibilizamos para a população alternativas que vão ajudá-la a fazer parte deste momento na cidade de Ilhéus”, ressaltou a executiva da BAMIN.

ENERGIAS RENOVÁVEIS
A indústria química Unipar, referência em relacionamento com a comunidade desde os anos 1980, quando lançou o projeto “Fábrica Aberta” para atender à população de Cubatão (SP), chegou à Bahia recentemente para implantar, juntamente com a AES Brasil, um empreendimento eólico no município de Tucano, com investimentos da ordem de R$ 700 milhões. A operação terá início no segundo semestre.

“Já estamos atuando em Tucano com uma série de atividades, a exemplo da reforma de uma escola/creche para 250 crianças, com construção de refeitório e treinamento de professores, além do incentivo ao desenvolvimento da comunidade com fortalecimento do comércio local. A energia elétrica é a principal matéria-prima para produzir o cloro e o sódio, e com este complexo será possível a produção de hidrogênio verde, a partir de 2023”, destacou o gerente de Relações com Investidores e Relação Institucional da Unipar, Sérgio Santos.

PEQUENOS NEGÓCIOS
Um dos principais objetivos do Sebrae é promover o ESG tanto interna quanto externamente.  Com esta fala, a head de Sustentabilidade do Sebrae Bahia, Márcia Sued, abriu sua participação no I Fórum ESG Salvador. “Ao mesmo tempo que a gente está fazendo para dentro, é preciso incentivar os empresários a fazerem isso em seus negócios”, afirmou. A entidade conta com um Comitê de Sustentabilidade, lançou licitação para geração de energia fotovoltaica em todas as suas unidades na Bahia e prioriza o uso de etanol em seus veículos.

“Tem uma característica importante nos pequenos negócios de achar que inovação e sustentabilidade são coisas de grandes empresas, então, a gente tem a responsabilidade e o compromisso de trazê-los para dentro desta agenda, dizendo que isso é possível e factível que aconteça em cada um dos seus negócios”, destacou Sued.

I Fórum ESG Salvador é um projeto realizado pelo Jornal Correio e Alô Alô Bahia com o patrocínio da Acelen, Unipar, Yamana Gold, Bracell, BAMIN, Socializa e Suzano, apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador e Sebrae, apoio de Contermas, Battre, Termoverde, Terra Forte, Hela, Retec, Ciclik, Larco, Grupo LemosPassos, Fundação Norberto Odebrecht e Hiperideal, parceria de Vini Figueira Gastronomia, Fernanda Brinço Produção e Decoração, Uranus2, TD Produções, Vinking e Suporte Eventos.


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