Políticos da base aliada ao PT e da oposição revelaram certa surpresa com o que consideram uma tendência ainda não detectada nas pesquisas, tanto as que são divulgadas na imprensa quanto as de consumo interno. No caso, o avanço do presidente Jair Bolsonaro (PL) em bolsões de pobreza no interior da Bahia, antes dominados inteiramente pelo ex-presidente Lula (PT). Nas viagens que têm feito para costurar apoio na pré-campanha, parlamentares dos dois polos de poder no estado notaram um especial crescimento de Bolsonaro na zona rural de municípios do Médio São Francisco e da Região Sisaleira, redutos até então consolidados pelos petistas. Para eles, chamou atenção o número de jovens que manifestaram voto em Bolsonaro.
Prova ocular
“Ainda não sabemos precisar o tamanho do avanço, mas nas últimas reuniões entre partidos do nosso grupo se tornou quase unânime a percepção de que o presidente tem crescido dentro da base mais leal a Lula na Bahia. É isso que começamos a notar nas recentes visitas ao interior”, destacou um influente líder da oposição.
Análise de risco
O mesmo movimento foi captado pelo radar do núcleo político do PT, embora grande parte dos cardeais governistas considere precipitado falar em expansão concreta de Bolsonaro. Para tal fatia do arco de aliados ao Palácio de Ondina, embora acreditem que o presidente tenha de fato elevado sua participação em locais controlados há mais de 15 anos pelos petistas, essa ampliação está longe de impedir que Lula obtenha mais de 60% dos votos no primeiro turno e de 70% no segundo, repetindo ao menos o desempenho obtido na Bahia pelo ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad na corrida presidencial de 2018. Entretanto, outra ala da base aliada defende a necessidade de entender o quanto antes o avanço de Bolsonaro no próprio quintal para evitar surpresas.
Me inclua fora dessa
O senador Otto Alencar (PSD) garantiu a interlocutores próximos que não vai encampar a retórica de guerra adotada pela pré-campanha de Jerônimo Rodrigues (PT) no embate com o ex-prefeito ACM Neto, candidato da União Brasil a governador. Como possui boa aceitação junto ao eleitorado carlista, atacar Neto não traria qualquer benefício, avalia Otto.
Prato frio
Após o líder da base governista na Assembleia Legislativa, Rosemberg Pinto (PT), quebrar o acordo firmado semana passada e reincluir, na pauta de votações da Casa previstas para amanhã, os projetos de lei que autorizam a venda de um terreno do extinto Derba e o edifício Water Center, na Calçada, a bancada de oposição já preparou o troco. Caso Rosemberg não retire as duas propostas na sessão, vão usar instrumentos regimentais que dizem ter para emparedar a agenda da Assembleia.
Dois mais dois
A ampliação dos espaços do PDT na prefeitura de Salvador, com a nomeação de integrantes da sigla para as secretarias municipais de Turismo e Cultura e de Ordem Pública, foi traduzida como indício claro de que o Republicanos deve ocupar a vaga de vice na chapa de ACM Neto.
Educação domiciliar é manobra do governo Bolsonaro para esvaziar e desmontar a escola pública. Rouba a infância e cria apartheid social no Brasil. Seguimos em luta contra esse retrocesso
Alice Portugal, deputada federal pelo PCdoB da Bahia