Duas mulheres pretas colocam em cena suas histórias para colocar na roda o estado de opressão que vive a mulher e negra na sociedade. É assim que se desenrola o espetáculo Afeto, que transforma em ficção as histórias levantadas pelas suas criadoras e atrizes Fernanda Jacob e Tuanny Araujo, que trabalham para valorizar o protagonismo do feminino.
Jacob e Araújo, que também assinam dramaturgia, direção e direção musical, formam o Grupo Embaraça para mergulhar em histórias que por vezes partem de universos pessoais e que constituem memórias coletivas para propor reflexões sobre figuras e narrativas constantemente silenciadas e apagadas.
A afetividade, ou melhor, a falta de afetividade, portanto, tornou-se palco de grandes indagações. Desde os contextos da infância, adolescência e vida adulta, diversas mulheres negras têm relatos muito convergentes de como suas relações com afeto foram fragilizadas por dinâmicas e comportamentos racistas. O chamado “gosto” diz muito sobre nossas escolhas e empatias, já que ainda vivemos em uma sociedade que se constrói a base de padrões embranquecidos. O que é considerado bonito, admirável e acolhido tem cor, e isso influencia diretamente na vida afetiva de mulheres pretas.
O espetáculo será encenado nesta quinte (25), às 19h, no Espaço Boca de Brasa Cajazeiras, de forma gratuita e com tradução em LIBRAS; na sexta (27), às 15h, para alunos da rede pública de ensino, com idade acima de 16 anos, no Espaço Boca de Brasa Subúrbio 360, e no domingo (29), às 17h, no Teatro Vila Velha, com ingressos a R$ 10 | R$ 5. A montagem chega a Salvador direto de Brasília, através da XXI edição do Festival do Teatro Brasileiro – FTB, que até 29 de maio realiza em cinco espaços da capital baiana uma série de eventos artísticos, educacionais e de qualificação profissional.
Serviço: Afeto | quinta (25), às 19h, Espaço Boca de Brasa Cajazeiras | sexta (27), às 15h, Espaço Boca de Brasa Subúrbio 360 | domingo (29), às 17h, Teatro Vila Velha, R$ 10 / R$ 5