InícioEditorialEconomiaEdcity fala sobre novas músicas e relembra o passado: 'conceito sempre renovado'

Edcity fala sobre novas músicas e relembra o passado: ‘conceito sempre renovado’

Dentro de sua casa, um pouco depois de cumprir uma das principais obrigações do seu dia, o pojucano de raízes catuenses Edcarlos da Conceição Santos separou um tempo para ficar em frente ao celular. A primeira ligação da reportagem do CORREIO caiu e ele pacientemente esperou a segunda. O compromisso anterior era o de levar, acompanhar e buscar o filho Edhey, 9, do treino no Bahia – onde joga no iniciação.

Depois disso, foi resolver a própria vida: falar dos novos projetos, da nova música e do seu conceito que não para de se renovar. Você pode não ter reconhecido o nome de Edcarlos, mas o pequeno Edhey já deve ter dado um estalo na mente. Estamos falando de Edcity, que voltou a lançar uma música nova e tem boas perspectivas para sua carreira em 2022.

A nova música, Pegada de Malvadão, foi lançada no último dia 20 de maio. Segundo o próprio Ed, é uma tentativa de mostrar que está ligado em novas tendências como o Tik Tok, nos gostos de hoje em dia. E também quer mostrar que sua música segue com espaço nos dias de hoje.

“A gente tem a nossa essência, nossa identidade, mas também tem que acompanhar a atualidade, tem um público mais antigo, mas também tem um público que vai se renovando e é preciso seguir essas tendências”, diz Edcity.

A música mistura um pouco de bregadeira com pagode e tem um clipe com aquela pegada de ostentação e redes sociais que você certamente já viu por aí. Mas tem um groove de Ed dentro dela também. Segundo o próprio artista, é por aí a tendência dos próximos lançamentos que vai publicar ao longo do ano. Confira o clipe logo abaixo.

“Eu sempre fui um artista que busquei me atualizar, inovar, trazer coisas novas para o meu público. Esse novo trabalho é uma readaptação das tendências, mídias digitais, o que está rolando neste sentido. A onda é estar atual, acompanhando tendência e se renovando”, contou.

Pegada de Malvadão foi gravada no Estúdio Groove, produção musical de Lalá Batera e mixagem do Estúdio Taba. O figurino afrofuturista foi desenvolvido pelo artista plástico Souje e a produção audiovisual assinada pelo Laboratório Z.

Sem poder fazer shows durante a pandemia, Ed se dedicou a escrever músicas novas, fez algumas lives e teve no violão um grande amigo. Nesse período, seu público pode vê-lo de uma maneira diferente. Com a hashtag #Edcityvideo, fazia voz e violão cantando músicas de Tim Maia, Milton Nascimento, Roberto Carlos ou Soweto e hits antigos de seu tempo de fantasmão como Gaiola e Lei do Retorno.

Também na pandemia, lançou o ‘CD que você nunca escutou’: um registro inédito do primeiro show de carnaval do Fantasmão em Salvador, lá em 2007. O disco tem mais de 19 mil visualizações no YouTube.

“Tem um bordão que diz que músicas verdadeiras não são passageiras. Acho bacana trazer essas músicas nos dias atuais. Mostra que são músicas verdadeiras. Eu tenho isso em meu repertório também, as mais antigas, samba de roda, músicas com temas importantes, relevantes para a sociedade nessa coisa social. O que é bom deve permanecer, deve perdurar”, disse antes de revelar que o bordão nomeou um disco que gravou durante a pandemia a pedido dos fãs, com seus maiores sucessos.

“Ainda não foi lançado por estratégia, mas na melhor hora ele vem. Vamos segurar até um momento mais oportuno. Eu sou o Edcity, a voz da cidade. O brabo tem nome, mas com conceito renovado sempre”, descreve.

Samba não pode faltar, violência deixa pra lá

Edcity revela que seus fãs praticamente não permitem que ele comece um show ou puxe trio sem um pout-pourri de samba de roda. Ele conta que sua nova fase não vai abrir mão disso.

“Na saída do trio se não botar o samba de roda, os fãs ficam tristes. São muitas músicas, ali dos anos 1990, samba de roda mesmo, coisa do recôncavo, aquela coisa raiz mesmo. É muito bom tocar e até difícil tocar uma porque são muitas”, conta.

Por outro lado, Ed diz não tolerar músicas que façam apologia à violência ou, por exemplo, desrespeite mulheres.

“Acho muito bacana a galera misturar com o trap, trazer essa mistura com o rap, groove, pagode, coisa que fiz lá no início de minha carreira com o rap groovado. Tem mais de 10, 12 anos, a sonoridade muda mas a ideia é a mesma. Trazer temas importantes na levada do groove e pagodão. Tem também a galera dos paredões, tem seu público. Só não gosto quando é muito radical, usando palavras muito agressivas se referindo a mulher, violência isso aí não gosto muito, mas cada um sabe o que faz em seu trabalho”, pontuou.

Pai de quarto filhos (Rihanna, Emely, Luiara e Edhey), Ed diz que todas as crias são apaixonadas por música. Cada filho ao seu estilo. Edhey acompanha o pai; Rihanna é mais chegada a k-pop. Luiara é do rock’n’roll e Emely é mais da quebradeira. “É uma mistura louca. É incrível que cada um tem o seu gÊnero preferido. Emilly gosta de uma sofrência, vai até o chão. São bênçãos em minha vida”, conta. 

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