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Objetos de desaparecidos são encontrados, diz PF

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Objetos pertencentes ao indigenista Bruno Pereira e ao jornalista inglês Dom Phillips foram localizados na região do Vale do Javari, ontem, por mergulhadores do Corpo de Bombeiros do Amazonas. Os objetos – entre eles, calça, bota e um cartão de saúde de Bruno – estavam presos a uma árvore numa região alagada dos rios que dividem o Brasil e o Peru. O Corpo de bombeiros afirmou que dentro de uma mochila encontrada havia vários livros. “Nessa mochila, tinha notebook, todos os pertences, meias, camisas, bermudas”, disse um porta-voz do Corpo de Bombeiros, em Atalaia do Norte (AM).  

Indígenas que acompanhavam os trabalhos de busca no rio e que conheciam Bruno e Dom atestaram que a mochila pertencia a um dos dois. O material foi entregue à Polícia Federal (PF) para perícias e depois foi confirmado que pertence aos dois desaparecidos. Mais cedo ontem, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) afirmou ter encontrado uma embarcação na região de busca por Bruno Araújo Pereira e Dom Phillips. De acordo com a organização, a embarcação pode ser de propriedade de Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, que está detido para investigação. No entanto, a Univaja diz que a informação sobre o dono do barco “ainda precisa ser confirmada pelos responsáveis pelas investigações”.

Protestos 

A manhã de ontem foi marcada por protestos pedindo respostas sobre o paradeiro do jornalista do Dom Philips, correspondente do “The Guardian” no Brasil, e do indigenista Bruno Araújo. Familiares e amigos se reuniram no Rio de Janeiro, no Distrito Federal e em Belém para cobrar agilidade nas buscas pelos dois, desaparecidos na Amazônia desde 5 de junho.
Em Brasília, a concentração ocorreu no Eixão, durante a tradicional interdição da via aos domingos. O ato no Rio de Janeiro começou às 9h, na avenida Atlântica, em frente ao Posto 6, em Copacabana. Era lá que Dom fazia aulas de stand-up paddle quando morava no Rio. Há um ano, ele a mulher se mudaram para Salvador. Um grupo de aproximadamente 50 pessoas segurou cartazes com fotos dos desaparecidos e gritou, em coro: “Onde estão Dom e Bruno?”
Estavam presentes ao ato os sogros do jornalista britânico. A aposentada Maria Lúcia Farias Sampaio, de 78 anos, mãe de Alessandra Sampaio, casada com Dom, disse a jornalistas que acredita que “ele já não está mais entre nós”. “Para ser sincera, não existe mais esperança”, afirmou. Philips está no Brasil há 15 anos. O sogro do jornalista, o aposentado Luiz Carlos Rocha Sampaio, 80, ainda tem esperanças. “Eu ainda alimento a esperança de encontrá-lo. Peço a Deus que não seja em vão essa nossa luta.”
Além de Alessandra, o casal tem outros dois filhos. Uma delas está em Salvador com a irmã e o irmão, o produtor Marcus Farias Sampaio, 49, participou do ato na zona sul do Rio. “A gente sabe que é muito difícil. Enquanto não houver uma resposta definitiva, a gente tem que acreditar. Mas a gente está aguardando o pior, embora tenha muita fé”, disse.
A atriz Lucélia Santos também participou do ato. “Esse episódio vem escancarar a realidade trágica e horrorosa que está acontecendo no Brasil hoje. Que perseguem e matam as pessoas nessa região já é do conhecimento de todos. O que a gente não podia imaginar é a vulnerabilidade do Exército, de não reunir as condições adequadas para a busca. A sociedade precisa se unir e exigir do governo o esclarecimento do caso. Dom e Bruno não podem simplesmente sumir no interior da floresta”, disse a atriz.

Desaparecimento 

Dom Philips e Bruno Pereira estão desaparecidos desde domingo passado, quando faziam o trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, no Vale do Javari, na Amazônia. Amarildo Oliveira, conhecido como Pelado, foi preso na quinta-feira suspeito de envolvimento no sumiço dos dois.
Durante a semana, a Polícia Federal também informou que encontrou material orgânico “aparentemente humano” próximo ao porto da cidade de Atalaia do Norte. O local em que o material foi encontrado era o destino final da dupla. Para confirmar que as pistas se referem ao caso, o Instituto Nacional de Criminalística da PF, em Manaus, cruzou as amostras com os vestígios de sangue recolhidos na embarcação de Amarildo. Depois, foi feito o cruzamento das pistas com o material genético de Bruno e Dom, recolhidos pela PF junto aos familiares. Amarildo segue preso, por pelo menos 30 dias corridos, na delegacia de Atalaia do Norte.
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