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PL para garantir nome social a transgêneros é rejeitado em Poções, onde criança foi atacada

A maioria dos vereadores da Câmara Municipal de Vereadores de Poções, no sudoeste baiano, votou contra o Projeto de Lei (PL) que garantiria o uso do nome social de pessoas transgênero na administração pública e nas escolas da cidade. A votação aconteceu na noite da última segunda-feira (13). Ao ouvir o resultado, R. (nome fictício do menino que teve a casa apedrejada no município) saiu do salão da votação.

Dos 11 vereadores presentes na sessão, sete deles foram contra o projeto – entre eles, Santo de Ziziu (PTB), um dos três integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Depois do resultado, houve protesto de moradores da cidade em frente ao espaço.

Leia mais: Criança transgênero tem casa apedrejada e é impedida de ser chamada pelo nome

O PL foi apresentado pela vereadora Larissa Laranjeira (PCdoB), depois que circulou pela cidade a notícia de que um menino transgênero foi impedido, na escola onde estudava, de ser chamado pelo nome social. Ele e a mãe, Janaína Brito, tiveram a casa onde moram apedrejada.

“Meu filho virou a noite acordado e cedo vestiu a roupa e foi pra escola. E me disse que não se sentia digno de usar seu nome vendo tantas pessoas sem conquistar o mesmo. Me doeu muito muito. Meu filho conseguiu, mas não vou soltar a mão dos outros”, disse Janaína Brito, mãe de R.

Durante a leitura do projeto, ao longo do último mês, vereadores como Eduardo do Sindicato (PSB) já tinham afirmado que seriam contra o projeto, quando ele fosse posto em votação. Entre as justificativas, apareciam argumentos como religião e família.

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Um pastor da cidade, Luciano Novaes, convocou a comunidade evangélica a pressionar vereadores contra o PL. O Ministério da Educação (MEC) garante aos estudantes, na teoria, o direito ao uso do nome social, caso assim desejam, em unidades escolares brasileiras – basta autorização do representante legal.

Em Poções, essa determinação não é cumprida. O filho de Janaína teve direito ao uso do nome social somente depois da repercussão do caso nacionalmente, na semana seguinte à publicação da reportagem no CORREIO. O MEC não se manifestou a respeito do desrespeito da normativa do órgão na cidade baiana. 

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