Quando Celly Campello morreu vítima de um câncer de mama, Marianna Alexandre tinha apenas 2 anos. Mesmo sem acompanhar o sucesso dessa cantora, considerada a primeira popstar do rock nacional, a atriz, que também é cantora, dubladora e musicista, ficou empolgada com a possibilidade de protagonizar “Um Broto Legal”, cinebiografia de Celly que chegou aos cinemas na última quinta-feira, 16. “Mesmo sendo novinha, quando gravei o filme tinha 18 anos, sempre tive muito contato com as músicas da Celly, meus pais sempre colocavam para a gente escutar. O estilo musical dela já estava presente na minha vida. Quando comecei os testes, já me senti honrada porque sabia que poderia interpretar essa grande artista, que contribuiu muito para a música brasileira e foi a precursora do rock”, comentou Marianna em entrevista à Jovem Pan. Durante as audições para o papel, ela se destacou ao cantar e tocar no piano um dos maiores hits da artista, Estúpido Cupido.
Com o papel conquistado, Marianna teve que cortar seus longos cabelos e procurar referências para interpretar Celly de forma natural, mesmo sem ter muitas referências de como ela era na juventude. “Foi complicado, porque antigamente não haviam gravações como hoje e os poucos vídeos que consegui foram em preto e branco e ela um pouco mais velha. Não tinham muitos registros da época que a gente retrata no filme, que é de 1958 a 1962, então tive que me basear muito nos relatos de pessoas que conviveram com ela.” Uma dessas pessoas foi o cantor Tony Campello, irmão de Celly, encontro que a atriz definiu como “especial”. A gravação do filme aconteceu em 2019, mas só chegou aos cinemas este ano por causa da pandemia. “Estava ansiosa para ver o resultado final, só fui conferir agora. O legal é que nesse tempo já sinto que sou outra pessoa, com novas vivências. Olhar essa minha trajetória e ver que tudo deu certo é incrível”, comentou.
“Um Broto Legal” marca a estreia de Marianna em um papel de destaque no cinema. O primeiro longa da sua carreira foi “O Outro Lado do Paraíso” (2014), já na TV, sua primeira experiência foi em “Gênesis” (2021), novela bíblica da Record TV. Antes disso, Marianna só tinha experiência no teatro, tendo esse foco artístico para tentar unir duas coisas que ama: atuação e canto. “A música fez parte da minha vida, meus pais sempre deixaram a arte muito presente. Com sete anos, participava de um coral e fazia aula de piano. Nunca pensei que pudesse cantar e atuar em um filme como aconteceu agora, então migrei para o teatro”, comentou a artista, que atualmente está em cartaz no Rio de Janeiro com o espetáculo “Brilha La Luna”.
Destaque no TikTok
Foi durante a pandemia que Marianna se tornou um grande fenômeno no TikTok. “Nunca imaginei que teriam tantas pessoas me acompanhando”, declarou a atriz, atualmente com 6,1 milhões de seguidores. “Baixei o aplicativo em 2020 e comecei a consumir muito os vídeos dessa rede social, até fazia as dancinhas, mas não viralizava. Depois de um ano, encontrei vídeos de POV e comecei a fazer”, contou a cantora. POV significa Point of View ou, em português, ponto de vista. Esse tipo de conteúdo faz muito sucesso no TikTok, porque, de certa forma, interage com quem está assistindo. Quem grava um POV cria cenas já imaginando o ponto de vista de quem está assistindo e faz toda a atuação olhando a câmera, como se estivesse falando diretamente com quem está vendo aquilo. “São histórias curtas que posto diariamente, minhas inspirações são coisas que assisto e do meu cotidiano. Costumo fazer um compilado dessas histórias e posto às vezes, em várias partes”, falou Marianna, que já soma em seus vídeos quase 200 milhões de curtidas.