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Com medo da covid, baianos desistem de festa e curtem São João em casa

Com o feriadão junino, o que não falta é gente animada para curtir os festejos com familiares e amigos após dois anos sem grandes comemorações. Ao mesmo tempo, o aumento de casos de covid-19 faz com que muitas pessoas, infectadas ou não, interrompam os planos de cair na farra. Entre o feriado de Corpus Christi (16) e a quarta-feira (22), os casos da doença aumentaram 35% na Bahia. 

A estudante de Publicidade e Propaganda Carolinne Campos, de 21 anos, estava ansiosa para curtir as festas de São João depois das restrições impostas pela pandemia. Moradora de Feira de Santana, o plano inicial era viajar para a capital e curtir os shows de graça que acontecerão no Parque de Exposições. Na quarta-feira (22), no entanto, o resultado positivo para covid-19 frustrou suas expectativas. 

“Recebi também uma proposta para ir para Berimbau [Conceição do Jacuípe] com tudo pago, mas como fiquei com covid, desisti. Iríamos fazer uma reunião familiar, que acabou sendo cancelada”, conta Carolinne. Além da estudante, sua mãe e a irmã também estão contaminadas e passarão o São João isoladas em casa. 

No início deste ano, a avó materna de Carolinne faleceu por conta de complicações da doença, o que faz com que a jovem se preocupe com as consequências da covid-19. “Isso me preocupa muito, perdi uma pessoa muito importante para essa doença, mas sinto que é algo que foge totalmente do nosso controle. Minha avó não saía de casa para nada”, diz a estudante. 

Carolinne de contaminou e vai passar o São João em casa com a mãe a irmã

(Foto: Acervo Pessoal)

Aumento de casos

Na quinta-feira (16), feriado de Corpus Christi, a Bahia possuía 3.874 casos ativos de covid-19. O número já era quase cinco vezes maior do que o registrado no dia 10 da semana anterior, quando 782 casos estavam ativos, segundo a Sesab. No dia 1º de junho, eram 860 casos ativos.

Entre o Corpus Christi e a quarta-feira (22), o número de infectados deu um novo salto, atingindo a marca de 5.248, aumento de 35% em seis dias. Já o índice de mortes, entre os dias 1º e 22 de junho, 70 pessoas morreram na Bahia por conta da doença. O número é um pouco maior do que se comparado ao mesmo período de maio, 63 óbitos.

O médico infectologista e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, Antônio Bandeira, explica que as subvariantes BA.4 e BA.5 da Ômicron são as cepas mais identificadas no estado atualmente. Para quem está com dores de cabeça e congestão nasal, o famoso nariz entupido, é preciso ficar atento, pois esses são alguns dos principais sintomas das novas cepas.

“O que estamos vendo é que as vacinas estão fazendo o papel que chamamos de imunomodulação, que é modular a resposta imune. Ou seja, as pessoas estão tendo a doença, mas com quadros mais leves”, esclarece Antônio Bandeira. Para quem testou positivo, como Carolinne e a família, o infectologista indica repouso, hidratação e, se necessário, remédios para conter os sintomas. 

Quem também teve os planos frustrados por conta da covid-19 foi a fisioterapeuta Rebeca Farias, 35. No caso da família dela, quem se contaminou foi a filha de seu primo, de apenas 2 anos de idade. Como Rebeca ia viajar para a casa do parente, em Sapeaçu, próximo à Cruz das Almas, ficou sem planos após o resultado positivo da pequena. 

“Iríamos hoje (22) para a casa do meu primo, mas como a filha dele testou positivo, cancelamos a viagem. Ainda não sei se vou fazer alguma coisa em Salvador ou se vou ficar em casa mesmo. Não deu para planejar nada porque foi bem em cima da hora”, conta Rebeca. 

Mesmo já tendo tomado duas doses da vacina anticovid e a dose de reforço, a fisioterapeuta tem medo de se contaminar especialmente por morar com os pais. “O aumento dos casos me preocupa porque apesar de estar vacinada muita gente ainda tem sintomas mais pesados. Como moro com meus pais e posso passar para eles, quero tentar seguir invicta sem me contaminar”, diz.

Isolamento

Antônio Bandeira explica que após um resultado positivo de covid-19, a pessoa contaminada deve ficar 10 dias em isolamento, começando a contar a partir do primeiro dia que apresentou sintomas. A partir do 11º dia, não há mais risco de contaminação. Para quem pretende viajar, mas teve contato com pacientes que testaram positivo, é importante ficar atento aos sintomas. 

“Não necessariamente quem teve contato vai ter a doença, porque os níveis de anticorpos podem ser suficientemente altos. Então, é preciso esperar. Caso comecem a aparecer sintomas, é importante testar”, orienta o infectologista. 

A estudante de Jornalismo Inara Almeida, 21, preferiu não correr o risco de se contaminar e viajou para sua cidade natal, Feira de Santana, dias antes do feriadão. “Eu estava pretendendo curtir o São João e ir para festas em Salvador, depois desses dois anos de restrições. Até que começaram as notícias sobre o aumento no número de casos e eu comecei a ficar mais atenta e vigilante, mas ainda assim disposta”, relembra a jovem. 

Inara desistiu de passar o São João em Salvador quando as companhias testaram positivo

(Foto: Acervo Pessoal)

A virada aconteceu quando Inara percebeu que várias pessoas próximas estão infectadas, inclusive algumas que seriam suas companhias no feriado. “Duas amigas que iriam passar o São João comigo estão com covid, foi aí que comecei a ficar com medo. Então resolvi ficar em casa mesmo e deixar para curtir no ano que vem mesmo”, conta. 

Ainda na quarta-feira (22), Inara descobriu que uma das colegas que mora com ela em Salvador também testou positivo para covid-19. Por sorte, a estudante de Jornalismo já estava bem longe de casa. “Teoricamente eu me esquivei muitas vezes, porque as pessoas mais próximas de mim se contaminara”, diz.

*Com a orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo.

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