A alta dos combustíveis tradicionais, e até uma maior consciência do consumidor em relação à preservação do meio ambiente, tem levado a uma mudança de comportamento a respeito da motorização dos veículos.
Em maio, foram emplacados 3.387 veículos leves eletrificados – que inclui híbridos, híbridos plug-in e puramente elétricos. O aumento foi de 8,5% sobre abril (3.123) e de 9% sobre maio de 2021 (3.102).
Os carros híbridos já são oferecidos no país há mais de 10 anos, começou com o Ford Fusion Hybrid (2011), seguido pelo Toyota Prius (2013). Os elétricos chegaram logo depois, com o pioneiro BMW i3, no final de 2014.
Depois disso, vários modelos foram lançados. O sistema híbrido da Toyota, por exemplo, só foi popularizado quando virou flex e chegou ao Toyota Corolla (2019). Com o lançamento do Corolla Cross (2021), os volumes aumentaram significativamente. Só do SUV foram emplacadas 5.240 unidades nos primeiros quatro meses deste ano.
Puramente elétrico
A história dos elétricos começou com o BMW i3 e seguiu com modelos premium fazendo sucesso, como o Porsche Taycan, que ficou com a segunda posição no ranking brasileiro em 2020.
Apenas recentemente modelos mais acessíveis começaram a chegar às concessionárias brasileiras. E não são produtos baratos no sentido mais popular da palavra. O Renault Kwid E-Tech, por exemplo, custa R$ 146.990, ou seja, mais que o dobro da versão mais barata do modelo flex (R$ 64.690).
O Kwid elétrico pode ser comprado ou alugado na modalidade de assinatura |
Apesar do desembolso inicial muito maior, com o tempo, a diferença será descontada. Considerando o preço médio da gasolina em R$ 7,30 e o valor médio de 1kWh a R$ 0,66, o custo de um quilômetro rodado com o Kwid E-Tech é de R$ 0,06. Esse mesmo quilômetro rodado custa R$ 0,48 em um veículo a combustão equivalente.
Outro ponto relevante na hora da compra de um elétrico é entender que a manutenção programada é muito mais barata. Não há manutenção de componentes como filtro de óleo, óleo do motor e outros, pelo fato do motor não ser a combustão. Por isso, muitos fabricantes estão bonificando os clientes com revisões periódicas gratuitas.
O iCar tem bancos elétricos, teto solar e capacidade para quatro pessoas |
Mais baratos na Bahia
Na última semana, a Caoa Chery anunciou a chegada o iCar ao mercado brasileiro e posicionou o modelo como o mais barato do país, ultrapassando o Renault Kwid. No mesmo período, a Renault anunciou que as vendas das primeiras 750 unidades do seu carro estavam esgotadas. Anunciou um novo lote, mas com preço atualizado, custando R$ 4 mil a mais.
Dessa forma, a lista dos cinco carros elétricos mais barato à venda no mercado estadual são:
1 – Caoa Chery iCar: R$ 139.990
O subcompacto chinês tem 61 cv de potência e autonomia para rodar até 282 km |
2 – Renault Kwid E-Tech: R$ 146.990
O Kwid elétrico tem 65 cv de potência e sua bateria permite rodar por 298 km |
3 – Renault Zoe: R$ 239.990
O Zoe conta com 135 cv e autonomia para percorrer até 385 km |
4 – MINI Cooper SE: R$ 248.590
O elétrico da MINI tem 184 cv de potência e autonomia para percorrer até 234 km |
5 – Nissan Leaf: R$ 293.790
O Leaf é o elétrico mais vendido no mundo e tem autonomia para rodar até 272 km |
Fora da Bahia
A Bahia se destaca na geração de energia limpa, proveniente de fontes como água, ar e luz solar. Na energia eólica, por exemplo, o líder nacional é o Rio Grande do Norte, com 4.066 MW anuais, um pouco mais que o estado baiano, com 3.951 MW. No entanto, alguns fabricantes generalistas não oferecem em sua rede estadual modelos elétricos.
A JAC Motors oferece um portfólio de veículos elétricos que parte de R$ 159.900, preço do E-JS1. No catálogo, ainda estão um sedã médio (E-J7), SUV (E-JS4), picape (iEV330P) e até vans e caminhões de pequeno porte. No entanto, a empresa chinesa não tem mais nenhuma concessionária na Bahia.
Já a Fiat, marca que lidera os emplacamentos no estado, não oferece o 500 elétrico em sua rede de lojas no estado. O subcompacto, que só é oferecido com motorização elétrica no país, custa R$ 255.990. No Nordeste, é oferecido apenas no Recife, Pernambuco.
Além da Fiat, a Peugeot, outra marca do grupo Stellantis, também não comercializa a configuração elétrica do 208 na Bahia. O hatch custa R$ 276.990 e, até agora, é oferecido apenas no Rio de Janeiro e São Paulo.
Veículos premium
Diferentemente do que acontece com as marcas generalistas, os fabricantes de veículos de luxo oferecem na Bahia todo o portfólio.
O Taycan foi o segundo carro elétrico mais vendido no Brasil em 2020 |
É o caso da Audi com a linha e-tron, a BMW, que foi a pioneira em oferecer um carro elétrico no país, a Jaguar, a Mercedes-Benz, a já citada MINI e, em breve, a Porsche – que irá inaugurar sua primeira revenda no estado no último trimestre do ano.
Mais vendidos no país
Entre janeiro e abril a Volvo liderou os emplacamentos de veículos elétricos no país.
1 – Volvo XC40: 398
2 – Volvo C40: 234
3 – JAC e-JS1: 189
4 – MINI Cooper SE: 162
5 – Fiat 500E: 146
6 – Nissan Leaf: 135
7 – Porsche Taycan: 92
8 – Renault Zoe: 62
9 – JAC e-JS4: 60
10 – Citroen e-Jumpy: 49
Você ainda terá um eletrificado?
O desejo de ter um carro próprio e a preferência por veículos elétricos continuam crescendo em todo o mundo. A constatação é da pesquisa EY Mobility Consumer Index 2022.
Pela primeira vez, mais da metade (52%) dos entrevistados que planejam comprar um carro afirma que vai escolher um veículo totalmente elétrico, híbrido plug-in ou híbrido.
A oferta de carregadores para veículos elétricos tem crescido em todo o mundo |
45% do público diz que pretende comprar um carro nos próximos dois anos, um aumento de 12% em relação à pesquisa anterior, divulgada no ano passado.
Quase dois terços (63%) pretendem comprar nos próximos 12 meses. A maioria quer carros novos: 32%, contra 12% dos que pretendem comprar um usado.