Não é novidade que o mundo tem evoluído em seus meios produtivos, de modo que as indústrias estão cada vez mais inseridas no contexto de sustentabilidade. Políticas mundiais, legislações locais ou a própria pressão do mercado e de seus consumidores têm provocado mudanças na forma como as empresas lidam com suas operações e se relacionam com matérias-primas ou outras matrizes inerentes aos processos.
Neste cenário, as indústrias têm apostado cada vez mais em fontes de energia limpa e sustentável. Muitos fatores contribuem para esta mudança, como a agenda de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, estabelecida pela ONU, que definiu 17 objetivos e 169 metas a serem atingidos até 2030 – um deles tratando exclusivamente de energia limpa e acessível.
Outro aspecto importante é a crescente preocupação do mercado com as práticas de ESG, avaliando questões de sustentabilidade, desenvolvimento social e boas políticas de governança. Tudo isso gera um ambiente no qual a eficiência energética se torna parte estratégica para a sobrevivência e o desenvolvimento das atividades industriais.
Segundo dados divulgados no Balanço Energético Nacional de 2021, o Brasil se destaca mundialmente por possuir quase 85% da matriz proveniente de fontes renováveis – sendo 65,2% de geração hidráulica, 8,8% de eólica, 9,1% de biomassa e 1,66% de energia solar. Apesar dos números positivos, os desafios são grandes para o país, especialmente para manter este alto patamar de participação das energias renováveis frente ao aumento do consumo e aos eventos climáticos extremos.
Além disso, o Brasil tem se comprometido a ampliar os investimentos na produção de energia vinda de outras matrizes limpas, visando fortalecer o uso sustentável e reduzir os níveis de emissão de gases de efeito estufa. Uma pesquisa recente publicada pela Bloomberg New Energy Finance aponta que o país deverá atrair US$ 300 bilhões no setor energético até 2040, o que resultará em um aumento de 189% na capacidade atual. Desse total, 90% virão de fontes renováveis.
É de conhecimento comum que a energia é um recurso essencial para a realização das atividades produtivas da indústria, representando, inclusive, uma parcela significativa dos custos variáveis do setor. Daí a constante busca pela otimização do consumo alinhado às fontes sustentáveis, reduzindo, assim, os impactos ao meio ambiente.
Um exemplo disso é o trabalho desenvolvido pela Cetrel, no Polo Industrial de Camaçari, que busca melhorar seus processos internos, com a estruturação de uma área específica para cuidar do tema energia. Alinhada ao propósito de construir um planeta sustentável, a área da empresa desenvolve projetos de eficiência energética que buscam otimizar o consumo de energia elétrica nas unidades industriais e projetos de autoprodução, com foco em fotovoltaica e biomassa.
Claudia Martins é gerente de Energia da Cetrel