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A nova gafe de Rui, o clima azedo com o MDB na base e o imbróglio nas lanchinhas

2 de Julho vem aí
Uma centena de prefeitos baianos está em compasso de espera pela data magna do 2 de Julho, Dia da Independência da Bahia. É que a partir desse dia o governo ficará impedido, conforme prega a legislação eleitoral, de fazer repasses a municípios e, portanto, não poderá condicionar a realização de obras ao apoio à candidatura do anônimo. Já tem uma turma ensaiando para cantar com gosto o trecho do Hino da Independência da Bahia quando o governador Rui Costa passar: “Com tiranos não combinam…”.
 
Rabo de cavalo 
A turma do governo petista tem dito por aí que o evento do 2 de Julho vai ser a grande virada para Jerônimo Rodrigues (PT), hoje bem atrás nas pesquisas. Mas, nos bastidores, a animação dos petistas virou motivo de piada pelo interior do estado, como definiu um deputado, utilizando um bom jargão vindo dos rincões da Bahia: “Essa virada que eles falam vai ser igual a rabo de cavalo, que só cresce para baixo”. Para ele, a tendência na verdade é de crescimento de ACM Neto. 
 
Quem fala o que quer…
Após ficar alguns dias calado, o governador Rui Costa (PT) voltou a soltar suas pérolas. Disse agora que “essa turma quando entra quer desmanchar tudo”, ao se referir a ACM Neto, sem citar o ex-prefeito de Salvador. Nos bastidores, a fala gerou repercussão e observadores da política lembraram ao governador que a Bahia ocupa o último lugar em educação e o primeiro lugar em número de homicídios, desemprego e analfabetismo. “Esse cenário, totalmente negativo, deixado pelo governo de Rui vai precisar ser desmanchado mesmo”, disse um deles.
 
Dia D
O governo amanheceu esta sexta-feira com a faca no pescoço. Hoje é o último dia permitido por lei para firmar convênios e fazer repasses aos municípios – até então os dois principais caminhos da gestão Rui Costa para atrair ou segurar prefeitos no projeto eleitoral petista. O prazo previsto na legislação eleitoral coloca um ponto final no movimento conhecido como a “farra dos convênios”. De janeiro até agora, Rui empenhou mais de R$ 1,5 bilhão, quase oito vezes mais do que aplicou no ano passado inteiro, quando não houve disputa eleitoral: R$ 188 milhões.
 
Bola fora
Incomodou a um grupo de deputados da base o fato de não haver na agenda de Lula na Bahia nenhum momento dedicado para interagir com eles. Dizem que até nisso o governador Rui Costa deu bola fora. Muitos preteridos já reclamam abertamente do desprestígio e não escondem o desânimo em seguir as coordenadas do morador do Palácio de Ondina. No embalo dos festejos do 2 de Julho, um deles desabafou que não descarta declarar independência após 2 de outubro.
 
Azedou
O clima do MDB na base governista não anda nada bom. Caciques do partido andam reclamando que os espaços prometidos na estrutura do governo ainda não foram dados, deixando de mau humor até mesmo aqueles emedebistas icônicos que vivem fazendo graça. De acordo com fontes da coluna, o governador Rui Costa (PT) está sendo pressionado por caciques petistas para não ceder espaços ao MDB. A máxima por lá é: farinha pouca, meu pirão primeiro.
 
Quem avisa amigo é
O burburinho da relação azeda já começou a se espalhar e chegou aos ouvidos de um influente prefeito do MDB, que preferiu não seguir o partido para a base governista. Quando soube da história de que os acordos não estão sendo cumpridos, ele aproveitou para dizer: “Eu avisei a todo mundo. Com eles, é primeiro o PT, depois o PT também”.

Mais dez, Rui?
Já imaginou saber que depois de dez anos andando num carro sucateado, você poderia ter passado todo esse tempo num carro maior e melhor? Pois bem, é o acontece com quem usa as lanchinhas para fazer a travessia marítima Salvador-Mar Grande. O contrato assinado dez anos atrás, na era Jaques Wagner, previa que o serviço passaria a ser feito em catamarãs e que os terminais seriam requalificados e modernizados, mas isso nunca aconteceu. Não bastasse o descumprimento à luz do dia, o governo Rui Costa ainda pode prorrogar o contrato, que vence em agosto próximo, por mais uma década.
 
Extrema distância
Lembram das chuvas devastadoras que atingiram o Extremo Sul da Bahia no final do ano passado? Pois prefeitos da região, que frequentemente se queixam da ausência dos governos petistas, dizem que até hoje esperam a ajuda de Rui Costa para reparar os danos causados pelos temporais. Teve queda de pontes, destruição de estradas vicinais, graves problemas de infraestrutura. As obras de recuperação foram feitas pelas próprias prefeituras, com recursos federais e emendas de deputados. Do governo, dizem prefeitos, foi zero ajuda.

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