Uma festa cada vez mais popular e realmente voltada para a cultura baiana. O pedido do cantor Gerônimo Santana encontrou eco nos aplausos do público, que foi assistir ao show do músico e da banda Mont Serrat, no encerramento dos festejos da independência do Brasil na Bahia, no final da tarde deste domingo (3), na Praça do Campo Grande.
No início da apresentação, Gerônimo prestou uma homenagem ao cantor e compositor Paulo Diniz, falecido no final de junho deste ano. Com o coro do público na canção “Como”, Gerônimo fez questão de salientar que aquela demonstração era o melhor parâmetro para medir o sucesso de um artista. Durante o show, o artista misturou antigos e novos sucessos e deixou o público com uma saudade mal disfarçada de outra festa popular: o carnaval.
O arquiteto Fábio Pina, 36, não perdeu a oportunidade de aproveitar não apenas o show do criador do hino “É d’Oxum”, mas o baile de Fred Dantas. “Acho que as apresentações chegam numa hora excelente, especialmente quando as produções culturais estão tão caras. Faz justiça às tradições do Dois de Julho, depois de dois anos sem nada”, completou.
Participando pela primeira vez dos festejos da independência, a professora de pilates gaúcha Samara Cabral se disse encantada com a história e as tradições baianas. “Essa é uma festa do povo e diz muito sobre o Brasil, então, precisa que as tradições e a cultura local sejam respeitadas e valorizadas”, pontuou.
Baile
Em seguida, foi a vez da orquestra do maestro Fred Dantas chamar o público para uma comemoração mais intimista e romântica, dando aos casais presentes os motivos e a trilha sonora ideal para as danças de salão.
Na oportunidade, o maestro prestou uma homenagem ao músico baiano Bira Reis, com sua produção experimental de samba reggae e protestou contra o que chamou de massificação da agro music. “Hoje, vamos tocar música com a cara da Bahia”, alfinetou e foi aplaudido pelo público.
Mastro Fred Dantas também se apresentou (Foto: Ana Albuquerque/ CORREIO) |
Sem acompanhar os festejos do Dois de Julho por muitos anos, o aposentado André Luís Gonçalves, 69, afirmou que aproveitou o fato de estar residindo nas proximidades para matar as saudades da juventude, quando não perdia o desfile cívico e foi acompanhar as apresentações na Praça do Campo Grande. “Cheguei no final do show de Gerônimo, mas é sempre muito bom ouvir e dançar música de qualidade”.
A também aposentada Carmelita Cristina Silva aproveitou a oportunidade para matar a saudade de dançar. “Isso aqui é uma maravilha porque, na pandemia, não dava para fazer muita estripulia. Aqui o clima tá ótimo”, garantiu.
Nem os episódios de chuva afastaram os casais dançarinos da pista. “Como sou do sertão, não tenho como reclamar da chuva e se vocês não se importarem, continuaremos a tocar”, estimulou o maestro.