O padrasto filmado agredindo e sufocando o enteado de 4 anos em Niterói, no Rio, se entregou à polícia na noite da sexta-feira (16), depois de ter a prisão decretada. Victor Arthur Possobom foi até a delegacia acompanhado de um advogado e de um coronel da Polícia Militar.
Victor é alvo de pelo menos seis inquéritos, incluindo o de agressão contra a criança. Ele foi denunciado por agredir a própria mãe e também namoradas, inclusive a mãe do menino que aparece sendo atacado nas imagens.
A 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro aceitou denúncia do Ministério Público por crimes de agressão e tortura contra a criança, decretando a prisão de Victor.
A juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine comenta na decisão o comportamento tranquilo e passivo da criança logo antes de ser agredida. “Há nítida superioridade física do réu face à vítima, o que por si só já demonstra a crueldade da conduta e a condição de indefeso da mesma, que conta com menos de 5 anos de idade”, escreveu.
De acordo com o G1, a defesa alega que Victor sofre de transtornos psiquiátricos.
Violência
O crime foi em fevereiro e câmeras do prédio registraram a cena. As imagens, contudo, desapareceram e só ressurgiram agora.
Victor Arthur Possobom aparece esmurrando e sufocando a criança. O primeiro vídeo mostra a recepção do condomínio, quando os dois estão sentados no sofá. Victor olha ao redor e ao ver que ninguém está perto bate e sufoca a criança, até perceber a aproximação de uma pessoa. O outro vídeo é da câmera do elevador. O padrasto aparece colocando a mão na boca e no nariz da criança.
A mãe da criança, Jéssica Jordão Carvalho, disse que só viu as imagens essa semana. Na época do crime, ela ainda namorava com Victor. A investigação ficou parada até agora por conta do sumiço das imagens.
“Não consigo acreditar que uma pessoa seja capaz de fazer isso com uma criança”, disse a mãe à TV Globo. Ela relembrou que nos dois anos de namoro, Victor a agrediu várias vezes.
“Ele colocava sempre a luva de boxe pra eu não ficar com tantas marcas e falava pra eu ficar parada e me batia”, disse.