O clima no Parque de Exposições neste domingo (18) era de pré-Carnaval, com nada menos que 24 atrações em doze horas de música. Foi a volta do Salvador Fest, que não aconteceu nos dois anos anteriores por causa da pandemia e nesta edição celebrou os 15 anos da festa, que teve Safadão, Ludmilla, Alok, Parangolé, Timbalada e muitos outros artistas.
As amigas Carol, Cjay, Milene, Lorena e Mayara Oliveira |
A volta da folia foi o pretexto para o reencontro de uma turma de cinco amigas soteropolitanas que se autointitula As Raparigas – o nome foi criado na hora, quando o repórter pediu para falar com a “líder”. “É ela que fala em nome da gangue, a chefona é ela”, disse Milene, apontando para Mayara Oliveira, marqueteira de 31 anos, que já havia chamado a atenção do repórter pela desenvoltura e alegria nas coreografias. E fizeram de dar questão de dar o nome do professor de dança: “Bota aí: é Erick Pincel”.
As meninas que se conhecem há mais de dez anos estavam num dos camarotes e pagaram R$ 175 para entrar cada uma. “E esse valor só dá direito a sorrir”, brinca Mayara. As cinco estavam bastante produzidas e não usavam a camisa padronizada, oferecida pela organização. Mayara, que trabalha em home-office, reside em São Paulo, mas veio para Salvador no início do mês, para um casamento. Aí, foi ficando, ficando…
“Quando lembramos do Salvador Fest, resolvemos vir todas e tá tão bom que vamos oficializar a data de nosso encontro anual: agora, uma vez por aqui, as Raparigas vão se encontrar”, disse Milene
Questionada sobre o quanto bebem na festa, ela não teve cerimônia e disse com orgulho: “Comemos com farinha!”. Mas a Lei Seca não vai ser quebrada: pouco antes de terminar a festa, elas iriam pedir um carro por aplicativo, para deixá-las entre Graça, Barra e Imbuí.
E teve gente que saiu de Barra do Jacuípe, de ônibus, só para matar a saudade do Salvador Fest. Diogo Souza, 32 anos, foi com uma turma e estava na área de camisa vermelha. Vale lembrar que uma marca da Salvador Fest é a tal “camisa colorida”, que determina o local onde a pessoa pode ficar. Quanto mais cara a camisa, maiores os privilégios, claro. “Mas aqui é a área do povão”, avisa Diogo, que pagou R$ 80, correspondente ao ingresso mais barato.
A paraense Rayssa Janovik |
E como é que faz para encarar doze horas de festa, tomar uma cerveja e ainda acordar cedo para trabalhar no dia seguinte?. “Rapaz, vamos sair daqui 23h, pegar a Topic e chegar em casa é direto dormir, pra acordar 6h da manhã, pegar o ônibus e chegar no trabalho às 8h”, revela Diogo, que não quis dizer qual sua profissão. Nessa hora, ele curtia o som da Timbalada, mas estava mesmo esperando os sertanejos Jorge e Mateus, que eram a sétima atração do dia e deviam se apresentar por volta das 18h. “As atrações deste ano tão boas, mas faltou Xanddy [ex-Harmonia]”, lamentou.
Como boa parte do público, Douglas e os amigos carregavam um saco cheio de gelo para manter a cerveja gelada. Mas o rapaz confessou estar chocado com o preço da latinha:
“Dez reais a latinha?! Tá caro demais, bota aí na reportagem!”
E ele ainda teve o custo da Topic: R$ 30.
E tinha gente de todo canto do país: do Rio Grande do Sul, como a advogada Suellen Bernardo e a publicitária Andressa Spohr, que não conheciam o Salvador Fest e queriam sentir um gostinho do Carnaval baiano. Rayssa Janovik, 32, é do Pará, mas mora na Praia do Forte e trabalha num hotel. Aproveitou a folga de hoje e desta segunda-feira para ir à festa. Acompanhada da esposa Érica e de uma amiga, também ia pela primeira vez ao Salvador Fest. “Aqui é um esquenta pro Carnaval, para ver se me sinto segura”.
Diogo Souza e Vinicius Souza |
A comparação com o Carnaval não é só pelo peso das atrações, mas também pelo público esperado, de 50 mil pessoas. E a estrutura de segurança também era forte: mil seguranças de empresas privadas e 400 policiais militares.
As gaúchas Andressa Spohr e Suelen Bernardo |