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Essa tal felicidade

Por ter publicado um livro de crônicas chamado “A teoria da felicidade” em 2020, passei a ser questionada frequentemente sobre o que é ser feliz de verdade, toda vez que arriscava abrir a boca. Era a época das incontáveis Lives, em meio à pandemia de Covid, e a pergunta me afligia de tal modo que até previa antes e tentava elaborar uma frase que justificasse o desajeito da resposta. Nunca era a mesma. A cada questionamento, esquecido o argumento anterior, improvisava um novo.

Não funcionava simplesmente dizer a verdade, contar que o nome deste livro veio da história do bilhete entregue como gorjeta ao camareiro de um hotel em Tóquio por Albert Einstein. Mas e você, o que você acha que é a felicidade? O interlocutor insistia sempre, enquanto eu me via numa encruzilhada impossível de tangentes. De tanto que desconheço sobre o que é ser feliz de verdade, promovi até uma enquete, em vídeo, da qual participaram escritores, artistas e professores.

Cada um dos convidados deu a sua versão pessoal, resumindo em poucos minutos o que pensavam sobre essa tal felicidade. E eu descobri então que ela pode ser dançar livremente, corpo e mente em harmonia, como fez o talentoso ator João Guisande. Ou, tendo como base a coletividade, mover-nos continuamente em direção à utopia de uma alegria compartilhada e genuína, como disse a professora Antonia Herrera, querida orientadora de minha dissertação e de minha tese.

Essas pequenas verdades, todas absolutamente corretas em suas singularidades, circularam nas redes, e agradeço a todos eles, fazendo da campanha de lançamento uma longa conversa entre amigos. Mas, veja que nos referimos, no título deste livro, apenas a uma teoria. Com muito boa vontade, a uma hipótese. Na prática mesmo, sabemos, a história é outra sempre. Talvez decepcione algum leitor, ao dizer que nada sei, que nada sei sobre a verdadeira felicidade.

É preciso coragem para ser feliz, isso aprendi. Ficaria perplexa ao receber o bilhete de Einstein, já que sua mensagem é bastante simples. Meu sonho de adormecer em um ônibus segue intacto, dentro do bolso, bem ali onde se localiza o coração. Vai ver que ser feliz de verdade seja essa sensação de segurança no mundo. Perder o ponto e seguir tranquilo, e em sonho, guardado por anjos invisíveis, até chegar ao Destino.

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