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Ex-policial preso por sequestro em Salvador luta na Justiça para voltar à PM

As prisões de um PM, um ex-PM e um ex-socioeducador acusados de sequestrar um empresário em junho deste ano, no bairro de Sete de Abril, em Salvador, é a “ponta do iceberg” para desvendar o esquema da quadrilha, disse nesta sexta-feira (14) o delegado Adailton de Souza Adan. O ex-policial preso hoje luta na Justiça para voltar à Polícia Militar.

As investigações já acontecem há alguns meses e no mês passado, com a prisão de um socioeducador que atuava no sistema prisional, a polícia conseguiu chegar a novos nomes de suspeitos. “As equipes foram para as ruas e conseguimos trazer um conjunto probatório robusto, que foi cabal na decisão do MP e do juiz para a prisão dos indivíduos hoje”, diz o delegado.

Segundo o delegado, o empresário foi sequestrado na porta de casa e levado para um cativeiro, onde este foi vítima de agressões. “Dali exerceram extorsão com familiares. Após o pagamento do resgate, ele foi liberado, muito machucado”, acrescenta. “A vítima tomou coronhada, levou socos, pauladas”.

O ex-policial militar preso foi expulso da corporação em 2015 por conta de crimes de roubo, sequestro, extorsão mediante sequestro. Atualmente, o ex-PM tenta judicialmente voltar à Polícia Militar. “Naquela época ele atuava em outros grupo. Foram todos identificados e presos”, diz.

Os suspeitos usavam “roupas táticas” nas ações. O policial foi preso quando “ostentava essa camisa do Justiceiro (personagem da Marvel)”, diz o delegado. Camisas com emblema do personagem foram achadas nas casas dos suspeitos. Também foram apreendidos armas, munições, um carro Citroen C3, que foi usado no sequestro, segundo a polícia, roupas e coletes balísticos.

“Essa é a ponta do iceberg, vamos aprofundar as investigações justamente para nós entendermos a dinâmica da quadrilha e a participação dos mesmos em outros eventos criminosos”, diz o delegado.

Dinoermeson Nascimento, advogado do ex-policial militar e do ex-agente socioeducativo presos hoje, diz que ambos negam envolvimento no crime e afirma que os clientes sequer se conhecem. “Não tive acesso ainda na íntegra a todo procedimento, não tem reconhecimento (da vítima), não tem nada de fato que ligue diretamente nenhum dos dois ao crime. Importante salientar que eles não se conheciam, se conheceram agora no momento da prisão. Estamos esperando ter acesso para ter ideia do que está acontecendo”, afirma. Ele diz que vai pedir a liberdade dos dois. “Pelo que entendemos não existem requisitos para manutenção da prisão”. 

O delegado rebate as afirmações e diz que as provas são técnicas e foram o suficiente para convencer o Ministério Público e a Justiça da necessidade da prisão. “As provas são técnicas, o conjunto probatório nos autos foi suficiente, colocando eles no dia e local do fato, sendo reconhecidos pela vítima, com a confissão do primeiro preso, que trouxe a identificação deles. Isso foi suficiente para que o juiz decretasse a prisão dele”, destaca.

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