Marco Antônio tinha apenas seis anos quando o Vitória disputou a Série C do Brasileiro pela primeira vez e não se lembra dos momentos vividos pelo Leão em 2006, mas quer seguir os passos de um zagueiro que ganhou espaço naquele campeonato e a atenção do mundo na sequência.
Revelado na Toca como ele, David Luiz apareceu para o cenário nacional na terceira divisão e foi negociado para o Benfica, de Portugal. Depois, defendeu também Chelsea e Arsenal, ambos da Inglaterra, PSG, da França, a Seleção Brasileira, e atualmente é jogador do Flamengo.
“Espero alcançar voos altos. Sonho com Seleção Brasileira, em jogar na Europa, como acho que todo jogador sonha, mas eu também sou bem ciente do meu momento, de onde eu estou e procuro fazer o meu melhor aqui para conseguir chegar nesse objetivo o quanto antes”, afirmou Marco Antônio, que é fã de Thiago Silva, do Chelsea, e Marquinhos, do PSG.
O zagueiro de 22 anos chegou à Toca do Leão ainda criança, aos 12, e se tornou titular absoluto do Vitória na atual temporada, na campanha de acesso à Série B do Brasileiro. Um dos destaques do time, ele disputou 21 dos 25 jogos do Vitória na Série C e marcou três gols.
Precisou ter paciência. No elenco desde janeiro, ele só ganhou oportunidade para ter sequência no time no finalzinho de abril. Depois de fazer duas partidas do Baiano com Dado Cavalcanti, ele perdeu espaço, não foi aproveitado por Geninho e só virou titular na estreia de Fabiano Soares na Série C. O zagueiro assinou o único gol da vitória por 1×0 contra o Manaus, no Barradão, na 4ª rodada da competição.
“Eu sempre vinha me cobrando e cobrando as pessoas do clube pra ter oportunidade”, revelou. “No ano passado, eu só tive duas oportunidades, coisas rápidas, pouca minutagem e também foi como volante. Eu vinha querendo oportunidade como zagueiro. O amadurecimento só vem com as experiências que você tem, tanto na vida como dentro de campo”.
Marco Antônio se profissionalizou no ano passado. Em maio, entrou no segundo tempo da derrota por 2×1 para o Jacuipense, na fase classificatória do Campeonato Baiano. Depois, em novembro, na antepenúltima rodada da Série B, no triunfo por 3×0 contra o Cruzeiro. Foi relacionado e não utilizado para outras cinco partidas do torneio nacional.
“Fiquei chateado por não ter tido muitas oportunidades no ano passado, porém valeu muito a experiência que eu tive fora de campo, de vivenciar o vestiário do profissional, que é totalmente diferente. Eu pude disfrutar até um pouco melhor após a chegada do treinador Wagner Lopes, quando ele começou a me levar com mais frequência para jogos da Série B. Foi quando eu pude ver jogos totalmente diferentes daquilo que eu encontrava na base, tanto dentro de campo, como fora”, recorda.
Soube esperar e teve o potencial reconhecido este ano pelo técnico João Burse e pela torcida do Vitória. Fez a galera da arquibancada se emocionar com defesas e gols importantes e também se emocionou um bocado com a reação da torcida na reta final da Série C.
“Foi uma realização de sonho para mim, que sou um cara que sempre torci para o Vitória e acompanhei desde pequeno. Fazia tempo que eu não via a torcida do Vitória nessa sintonia e nessa quantidade de público. Eles compraram a briga junto com a gente e isso foi o principal diferencial durante o campeonato. Foi muito gratificante para mim como torcedor, como garoto que veio da base, poder vivenciar isso dentro de campo, poder fazer gols, deixar eles felizes e ver o reconhecimento deles também pelo meu trabalho”.
Para chamar a atenção da Europa, Marco Antônio sabe que precisa continuar se destacando por aqui e está ansioso para voltar a entrar em campo em 2023.
“Tô com uma expectativa muito alta porque eu já pude vivenciar a Série B, mas de uma forma diferente, em que eu acabei não participando diretamente. Poder jogar uma Série B vai ser muito gratificante para mim. A única coisa que mudou é o reconhecimento pelo que eu fiz esse ano, mas eu vou ter que trabalhar dobrado no ao que vem para conseguir o meu espaço, eu tenho ciência disso, porque a Série B é mais competitiva, vão chegar jogadores no clube mais qualificados para brigar pela posição, o grupo vai estar mais enxertado e eu vou trabalhar forte para conseguir o meu espaço para dar continuidade ao meu sonho de jogar uma Série A também”, projeta.