Uma promessa feita por Neymar a Jair Bolsonaro (PL), durante uma live com o político no sábado (22), não poderá ser cumprida. Pelo menos, não sem gerar algum tipo de punição ao atacante da Seleção Brasileira.
Na transmissão, o jogador do Paris Saint-Germain disse que comemoraria seu primeiro gol pela Copa do Mundo de 2022 levantando dois dedos de cada mão, uma referência ao número do partido do candidato à Presidência da República. “O presidente já vai estar reeleito. Vai estar tudo certo. A gente vai se encontrar com a taça na mão”, disse.
A manifestação, no entanto, é vetada pelas normas da Fifa para o Mundial. De acordo com as regras, há proibição de manifestação política, com exceção de defesa de direitos humanos.
O artigo 33 do regulamento da Copa, em seu parágrafo 3º afirma: “A exibição de mensagem política, religiosa ou pessoa ou slogans de qualquer natureza ou linguagem ou forma por jogadores e oficiais (árbitros e técnicos) é proibido. A regra do futebol, em seu artigo 4º, também tem veto a mensagens políticas religiosas ou pessoais.
A exceção vale para manifestações para a defesa de Direitos Humanos, como contra a homofobia. Não é o caso de apoio a um político – ou mesmo rejeição. Desta forma, um protesto contra Bolsonaro seria vetado, assim como apoio ao opositor Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Caso manifeste apoio a Bolsonaro durante a Copa, Neymar estará sujeito a processo disciplinar por parte da Fifa.
Vale lembrar que, durante o Mundial de 2018, disputado na Rússia, um caso similar ocorreu com os jogadores Xhaka e Shaquiri, da Suíça. Os dois fizeram um símbolo da águia, em alusão à bandeira da Albânia, durante jogo contra a Sérvia. A dupla, de origem albanesa, respondia a uma provocação do sérvio Mitrovic – existe um conflito entre a Sérvia e Albânia. Os jogadores suíços foram punidos pela Fifa com multas de 10 mil euros.