Próximo ao início da Copa do Mundo do Catar, o ex-presidente da Fifa, Joseph Blatter, assumiu ter cometido um erro ao escolher o país árabe para sediar o Mundial. Afastado do cargo por acusações de corrupção, ele revelou em entrevista ao jornal suíço “Tages-Anzeiger” que em 2010 outro país chegou a ser cotado para receber o torneio.
“A escolha do Catar foi um erro. Eu era o responsável por isso, como presidente da Fifa. Na época, nós concordamos com o Comitê Executivo que a Rússia deveria receber a Copa de 2018, e os Estados Unidos a de 2022. Seria um gesto de paz entre esses países oponentes politicamente”, afirmou Blatter.
Presidente da Fifa entre 1998 e 2015, o suíço foi suspenso do esporte por oito anos. Há dois meses, no entanto, foi absolvido das denúncias pelo Tribunal da Suíça.
Relembrando o que considerou um “erro”, Blatter declarou que o Catar é pequeno para oferecer uma estrutura proporcional ao evento.
“É um país pequeno demais. O futebol e o Mundial são grandes demais para isso. Para mim é claro: o Catar foi um erro. Foi uma escolha ruim”, concluiu.
Críticas ao Catar
O que mais tem sido comentado em relação ao país sede, no entanto, são algumas regras governamentais de repressão a comunidade LGBTQIA+.
Tanto que alguns jogadores como é o caso do atacante inglês Harry Kane, pretendem usar a braçadeira de capitão de arco-íris, símbolo dos grupos reprimidos no Catar.
A ideia, no entanto, pode não ser aprovada pela Fifa e o embaixador do megaevento esportivo, Khalid Salman, chegou a caracterizar a homossexualidade como um “dano psíquico”.
A declaração foi feita durante uma entrevista à emissora de televisão alemã ZDF e na sequência a conversa foi interrompida pelo porta-voz do comitê organizador do Mundial.
Em alguns casos de descumprimento de regras, homossexuais podem ser condenados a morte no país.
Além disso, os envolvidos em um casamento e ou em relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo podem ser punidos com uma pena de até sete anos de detenção.