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Carlinhos Brown: influência do embaixador do Candeal ultrapassou a Bahia

Gshow

O Baú do Marrom da semana é mais que especial. Vamos falar de um cidadão do mundo. Assim poderíamos definir Carlinhos Brown: cantor, compositor, instrumentista, agitador cultural e nome fundamental para a música e a cultura brasileira e mundial, que completou 60 anos, no último dia 23 de novembro, em plena forma. Foi ele quem presenteou os fãs com vários lançamentos ao longo desse ano até se tornar sexagenário.

Todo esse êxito do Cacique do Candeal, seja na criação da Timbalada, no encontro com Arnaldo Antunes e Marisa Montes, que resultou no belo trabalho dos Tribalistas, ou na televisão no The Voice Brasil, Brown também foi o primeiro músico brasileiro Embaixador Ibero-Americano para a Cultura e, também, a fazer parte da Academia do Oscar e a ser intitulado Embaixador da Justiça Restaurativa da Bahia, tudo isso fruto de um trabalho que começou muito cedo. Ali, no que hoje chamamos de Candeal, e durante a convivência com mestres que lhe deram régua e compasso, a exemplo do Mestre Pintado do Bongô.

Além de compor hits para Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Margareth Menezes, Chiclete com Banana (a já clássica Selva Branca – Moranguinho no Copinho) Brown reposicionou a música percussiva no cenário nacional, atua ainda como arte-educador e é um dos mais importantes nomes da Cena Axé desde o inicio nos anos de 1980. Inclusive foi dele a ideia de se comemora os 30 anos da Axé Music em 2015, resultando no belo filme de Chico Kertész Axé: Canto Do Povo De Um Lugar, e em uma série de dez programas dirigidos por Leticia Muhana, Palco Viva: 30 anos de Axé, exibido no Canal Viva.

A veia criativa do Cacique do Candeal não parou um instante. Além da Timbalada, que foi revitalizada com a dupla Denny Denan e Buja Ferreira, ele criou a a Bolacha Maria, a Pracatum, o Guetho Square, o estúdio Ilha dos Sapos, o Museu du Ritmo, o Selo/Editora Candyall Music, entre outros milhares de projetos, sonoridades e instrumentos, além de contabilizar mais de 800 canções registradas e mais de mil gravações cadastradas no banco de dados do Ecad – Escritório Central de Arrecadação e Distribuição. Mais recentemente ele reuniu Patricia, Amanda e Paula e criou as Tribaladies.

Mas o trabalho de Brow, filho de Dona Madalena e seu Bororó não ficaria apenas no âmbito nacional. Como cidadão do mundo ele deu os primeiros passos na carreira internacional ainda na década de 1980, ao participar de turnês com Caetano Veloso, nos discos “Caetano” (1987) e “Estrangeiro” (1989). Em 1992, depois de lançar a Timbalada, gravou com os músicos de jazz Wayne Shorter, Herbie Hancock, Bernie Worrell e Henry Threadgill o disco Bahia Black, composto também pelo Olodum. Em temporada em Nova York, Brown tocou com Marcus Miller, Bob James, Anthony Jackson, Lee Ritenour e Bill Laswell.

Sua primeira turnê solo levou o lançamento do álbum Alfagamabetizado (1996), lançado pela Virgin France, para mais de 30 shows entre a Europa e os Estados Unidos. Entre 2004 e 2005, realizou carnavais na Espanha, reunindo mais de um milhão e meio de pessoas nas ruas de Madri e Barcelona. Em 2006, foi convidado para percorrer seis cidades espanholas, entre elas Bilbao e Valencia, junto a personalidades como Rafael Nadal e Fernando Alonso, para lançar o Carnaval Movistar

Carlito Marron
O sucesso de Carlinhos Brown na Espanha é tamanho, que o artista recebeu o título, no país, de “Rei da Espanha”, e o cineasta Fernando Trueba fez o documentário chamado “El Milagro del Candeal”, que mostra os trabalhos do artista com a comunidade onde nasceu, cresceu e desenvolveu revitalizações socioeducativas e musicais, entre ricas e significativas conexões com suas raízes ancestrais. A produção ganhou o Prêmio Goya, o mais importante do cinema espanhol, e a relação de Carlinhos com a Espanha fortaleceu ainda mais os laços do país com o Brasil. Carlinhos Brown esteve, também, no Milano Latin Festival em 2011, quando participou de cinco festivais na Europa e na África, em menos de dez dias.

Em 2022, entre outras novidades, assina a trilha sonora da nova adaptação de Orfeu Negro para a Broadway, ao lado da cantora e compositora norte-americana Siedah Garrett e de um time de estrelas. Com estreia prevista para a temporada 2023-2024, Orfeu Negro será o primeiro musical brasileiro na história da Broadway. Originalmente baseado na peça Orfeu de Conceição do grande Vinícius de Moraes, Orfeu Negro traz uma releitura da história mitológica.

Marrom na cola de Brown
Eu tive o prazer de acompanhar Brown em alguns eventos pelo mundo. Desde o Festival de Montreux na Suiça, passando pelas Lavagens de New York e Paris. Além do Brazilian Day também em New York. Em 2008, Carlinhos Brown participou do primeiro carnaval das Ilhas Canárias e da primeira edição do Rock in Rio, em Madri na mesma noite.

Carlinhos Brown também participou da 10ª edição da “Lavage de La Madeleine“, realizada de 13 a 18 de setembro, em Paris onde cantou junto à banda Maniçoba Hype, de Robertinho Chaves, o baiano de Santo Amaro criador da Lavagem.

Em 2009, convidado pela baiana Silvana Magda, Carlinhos Brown participou da Lavagem de New York e como sempre arrasou. Em 2010 ele foi o nome escolhido para o Brazilian Day de Nova York. Com isso, o Cacique do Candeal voltou triunfalmente  à  Big Apple.

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