Cerca de nove trios e blocos garantiram a festa para a população na região do Centro de Salvador. Depois de dois anos parada por conta das restrições impostas pela covid-19, a 15ª Caminhada do Samba aconteceu neste domingo (27), com um trajeto que saiu da Praça do Campo Grande e seguiu em direção a Praça Castro Alves. O evento já é tradição na capital e reúne os maiores e mais tradicionais blocos de samba do carnaval baiano.
Organizado pela União das Entidades de Samba da Bahia (Unesamba), com apoio da prefeitura de Salvador, o evento foi bem organizado, com barreiras instaladas nas ruas que receberiam os trios elétricos. Marcado para iniciar às 14h, a caminhada começou um pouco tímida, mas logo se animou e mais pessoas chegaram para curtir junto com os sambistas.
O cantor e compositor Miller foi um dos artistas responsáveis por puxar um trio na 15ª Caminhada do Samba. Com o Bloco Proibido Proibir, ele apresentou clássicos do samba que embalou várias gerações, como as canções Tia Anastácia, Não deixe o Samba Morrer e a Pureza da Flor. “Preparei um show bem para cima, bem samba de roda, a galera está esperando isso, principalmente após dois anos sem a tradicional caminhada do samba”, destacou Miller.
O cantor informou que o evento acontece em homenagem ao Dia do Samba, comemorado no dia 2 de dezembro. Segundo ele, o evento começou com menos movimento por conta da chuva, mas que por volta das 15h foi começando a animar ainda mais. “A galera saiu de casa mais tarde por conta do mau tempo, a chuva tentou estragar, mas não deu certo, o sol abriu para garantir a felicidade do povo”, acrescentou.
A influencer digital de Salvador Preta Rara estava acompanhando a festa no trio do Bloco Proibido Proibir. Ela ressaltou que a Caminhada do Samba é um resgate da cultura brasileira. “Esse evento leva cultura para o povo, é uma parte da história da Bahia e é importante que aconteça sempre, é muito gratificante estar aqui”, pontuou.
Além do trio puxando por Miller e cantores convidados, outros blocos também animaram a galera. A diarista Roseane Cruz, de 47 anos, admitiu ter saído de casa com a intenção principal de dançar ao som de É o Tchan!, mas que costuma acompanhar o evento todos os anos. “Senti muita falta nesses dois anos que não teve, a falta foi tanta que esse ano com chuva ou sem chuva eu estaria aqui sambando”, disse.
Joseane também elogiou a organização do evento: “Está perfeito, com policiais e a Transalvador [Superintendência de Trânsito do Salvador] acompanhando toda a caminhada. Eu não vi uma briga, está nota 10, só elogios”.
O filho da diarista, o estudante Luís Carlos Soares, 20, contou que já é tradição na sua família acompanhar a Caminhada do Samba. “Como morador aqui do Centro, eu sempre acompanhei o evento com minha mãe. A energia aqui é contagiante, estou me divertindo, dançando bastante. A gente estava precisando disso depois de ter passado dois anos de pandemia dentro de casa se cuidando”, ressaltou.
Da direita para a esquerda, Luís ao lado de Roseane e amigos (Foto: CORREIO) |
Luís também afirmou que o evento já é um pré-carnaval. “Aqui eu já preparo minhas coreografias para arrasar em fevereiro”.
Quem se convenceu a comprar passagem para passar o carnaval em Salvador foi Jaluzza Gama, 24, que é de Brasília e veio para a capital comemorar o aniversário. “Eu estou encantada com a energia daqui, é muito gostoso, é meu aniversário, então estou aproveitando muito”, expôs a estudante. “É a primeira vez que venho para Salvador e já estou convencida a passar fevereiro aqui também”, acrescentou.
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro