InícioEditorialDaniela Mercury celebra novo ciclo e mistura referências no álbum Baiana

Daniela Mercury celebra novo ciclo e mistura referências no álbum Baiana

Daniela lança o álbum Baiana

Muita coisa aconteceu até que Daniela Mercury pudesse, de fato, comemorar os 30 anos de O Canto da Cidade, disco de 1992 que a projetou para o Brasil e o mundo. Entre uma pandemia de proporções inéditas para a sociedade e eleições presidenciais acirradas – em que ela esteve intimamente envolvida – a música também se fez presente na vida da artista.

Foram cerca de 60 canções escritas, inacabadas e até quase finalizadas até que nascesse o álbum Baiana, lançado nesta sexta (2), na data que marca o Dia do Samba – um dos vários ritmos por onde Daniela passeia no álbum. O nome inicial do trabalho, inclusive, seria samba, mas um outro ritmo atrapalhou esses planos: o frevo, uma paixão antiga.

“Desde Banzeiro tenho vontade de gravar mais frevos, é algo que faço toda em minha carreira. Acho que o frevo é subutilizado dentro de nosso Carnaval. Às vezes toca uma ou outra música, tipo Chame Gente, que está sempre ali, mas poucas ficaram sendo executadas. O resto é muito esquecido. Eu amo o frevo, tenho uma relação muito afetiva com o ritmo, é fantástico”, contou a cantora em entrevista por telefone.

Daniela revelou que não quis um álbum só de músicas autorais, por considerar que suas letras costumam ser muito densas e extensas. Por isso, contou com a parceria de artistas tarimbados como Jaguar Andrade, Mikael Mutti, Fernando de Carvalho, Zé Celso Martinez Corrêa e jovens nordestinos como o pernambucano Martins – que assina duas canções – e Posada, que, apesar da origem sueca, também foi criado em Pernambuco, e é radicado no Rio de Janeiro.

“O processo foi de muitas músicas, não quis colocar todas autorais porque eu sou muito densa, então busco parcerias para trazer um lado mais leve, tipo deixa rolar. Fiz algumas músicas românticas, mas achei que era interessante gravar coisas diferentes”, explicou. Ela regravou, por exemplo, A Felicidade, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.  

Parte das cançõesjá está no  repertório da cantora, que acaba de voltar de turnê que passou por Portugal e foi ovacionada pela plateia que lotou o Coliseu de Lisboa. Ela mostrou canções novas como Baiana e Mulheres do Mundo (ambas de sua autoria) e Bombinha (Posada), além da carnavalesca Soteropolitanamente Na Moral, dela e do produtor Mikael Mutti, já lançada há três semanas como single. 

Mutti, que trabalha com Daniela desde Feijão com Arroz (1996) é um dos cinco produtores que dividiu o trabalho com ela. Ele também assina com ela a solar Aglomera, que fecha o álbum em clima positivo, e sozinho love song Disparo a Flecha.  

daniela mercury

Clima mais leve

Logo mais, o Brasil também verá essas novidades. Amanhã, Daniela se apresenta no Festival de Artes de São Cristóvão, em Sergipe, com o show de Baiana, que foi criado por sua filha Giovana Povoas em tempo recorde. “Recebi um desafio de minha mãe, montar um show novo em três semanas. Trabalhamos muito. Estamos com uma equipe muito legal, profissionais maravilhosos e que compreendem esse trabalho”, conta Giovana que tem trabalhado com a mãe em outras turnês.

Algumas músicas do álbum foram lançadas ao longo da pandemia. De 2020 para cá, foram 8 singles, sendo duas regravações: Apesar de Você e Milla. Ela também lançou Quando O Carnaval Chegar, em parceria com Gal Costa. O último lançamento foi Soteropolitanamente na Moral.

“Esperei ter um espírito mais tranquilo Brasil para lançar, por isso esperei o primeiro turno das eleições. Nossa democracia é muito sofrida e, preocupada com a continuidade desse atual governo, eu não sabia como seria minha música nos próximos anos. Não sabia ainda se precisaria ser mais combativa e crítica, com uma luta pela democracia mais contundente ou se poderia fazer um álbum mais leve”. Feliz com o resultado da eleição, ela adotou um tema mais leve.

Apoiadora do presidente Lula, Daniela teve seu nome citado como possibilidade  para assumir o comando do Ministério da Cultura no futuro governo. Mas ela prefere não comentar sobre o assunto sem um convite formal. Por hora, defende que o Brasil invista em políticas culturais para que o povo mate sua fome de comida e arte e, dessa maneira, prospere.

Daniela avalia que a cultura é necessária para a reconstrução de um país mais unido, inteligente e sensível. Com Baiana, ela faz passeios entre a nostalgia dos 30 anos de seu álbum mais importante, homenageia ritmos que ama e também tenta colaborar para construir o país 
que acredita.

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