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Entidade médica critica possibilidade de retomada do programa Mais Médicos sob modelo antigo

Principal demanda é de que política pública para a saúde não desobrigue a realização do Revalida, que comprovaria tecnicamente as habilidades dos profissionais de outros países

Divulgação/Portal Brasil

Programa Mais Médicos levou milhares de profissionais de saúde cubanos a regiões remotas do Brasil para atender a população carente

Em entrevista ao Jornal Jovem Pan, o presidente da Associação Médica Brasileira, César Eduardo Fernandes, comentou uma possível volta do programa Mais Médicos. Ele diz que se ocorrer e for no formato anterior, será novamente rejeitado pela classe médica. A maior crítica é por os médicos cubanos que vieram para Brasil  terem sido dispensados da revalidação do diploma. “A impressão que dá, até pela denominação do programa, Mais Médicos, é de que é uma questão meramente quantitativa: se eu tiver mais médicos, independente da qualidade desses médicos, eu resolvo o problema. Foi com essa ideia que vieram para cá os médicos cubanos em grande número, aos milhares, e a esses médicos foi isentada a absoluta necessidade que existe em qualquer país. Isso não é uma posição xenofóbica. É importante que se registre isso. Nós podemos receber médico em quaisquer lugar do país, assim como os médicos brasileiros podem trabalhar em outros países, desde que preencham os requisitos básicos, ou seja, de que eles demonstrem cabalmente e formalmente as suas competências, as suas habilidades para o exercício da medicina”, comentou.

César Fernandes reconhece o que chamou de “vazios assistenciais” no país, onde a saúde primária não chega à população, mas defendeu que uma solução definitiva envolveria valorização salarial e políticas de Estado de planos de carreira. “Esse caminho, me parece, passa, necessariamente, pela fixação de médico, de equipe de saúde, de estrutura de saúde, para que a população possa ter uma assistência adequada. O programa Mais Médicos foi um programa que teve uma inaceitação, um certo repúdio da classe médica, e eu acho que reviver esse programa da forma como ele foi concebido não me parece uma boa ideia”, disse. César destacou ainda que aumentaram os números de escolas médicas no Brasil, defendendo que há profissionais, mas que a qualificação também deve ser um ponto importante na criação de um novo programa por mais assistência médica em diversos pontos do Brasil.

*Com informações da repórter Carolina Abelin

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