Para não deixar que os suplentes herdem seus mandatos por menos de um mês, três dos quatro deputados estaduais escolhidos para o alto escalão do governo Jerônimo Rodrigues (PT) tomaram posse apenas de figuração, mas só vão assumir os cargos efetivamente no início de fevereiro, quando termina a atual legislatura. Na fila, aparecem dois parlamentares reeleitos na sucessão de 2022. Um deles é Osni Cardoso (PT), indicado para a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). Caso Osni assumisse o cargo hoje, abriria espaço para o veterano ex-deputado Reinaldo Braga, que concorreu em 2018 pelo PR (atual PL) no chapão de partidos da base governista.
Ligação direta
No entanto, o apoio à candidatura de ACM Neto (União Brasil) a governador dado pelo herdeiro político do ex-deputado – o prefeito de Xique-Xique, Reinaldinho Filho (MDB) – foi apontado nos gabinetes da Assembleia Legislativa como motivo para que Braga perdesse a chance de retornar à Casa em janeiro.
Ele não!
Outro parlamentar reeleito que se negou a tomar posso oficialmente para manter mais 30 dias de mandato foi Ângelo Almeida (PSB), selecionado para a pasta de Desenvolvimento Econômico. Caso Almeida tivesse formalizado a nomeação, o beneficiário seria o ex-prefeito de Paulo Afonso Anilton Bastos (Podemos), ligado ao deputado bolsonarista João Carlos Bacelar (PL), o Jonga.
Ela não!
O terceiro nome da lista é o da deputada Jusmari Oliveira (PSD), escalada para a Secretaria de Desenvolvimento Urbano. Derrotada nas urnas ano passado, Jusmari se negou a ceder seu lugar para Katia Bacelar, irmã de Jonga Bacelar. Além de impedir o mandato-tampão de apadrinhados dos rivais, o trio garante mais um mês de salário, benefícios e ajudas de custo
Sozinho no camarote
Dos quatro parlamentares, o único a tomar posse de fato da equipe de Jerônimo foi Tum (Avante), que não conseguiu se eleger federal. Eleito em 2018 pelo PSC, Tum liberou o caminho anteontem para a suplente direta da sigla, Valda Pereira.
Bônus maior
A lei que permitiu reajuste de quase 50% no salário do governador criou um fenômeno inédito na história recente da política baiana. Pela primeira vez, deputados nomeados para o secretariado do Palácio de Ondina trocarão a remuneração paga pelo Legislativo pela do Executivo, o que é previsto na legislação. Explique-se: como o aumento do governador cria efeito cascata para os secretários, o salário da Assembleia ficou menor – R$ 25,3 mil contra quase R$ 30 mil.
Pura calmaria
Aliados do prefeito Bruno Reis (União Brasil) asseguram que ele manterá a reforma administrativa em stand by até que Jerônimo defina os ocupantes dos cargos de destaque no segundo escalão do governo. Já avisou que, ao contrário do petista, não tem tanta pressa para decidir.
Precisamos revogar, com urgência, a portaria estadual que facilita ações truculentas cometidas pela PM e que corroboram com o quadro de extermínio da juventude negra Kléber Rosa, candidato derrotado ao governo pelo Psol e investigador da Civil, ao condenar medida que permite à Polícia Militar da Bahia investigar autos de resistência