O presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, afirmou, no início da noite desta sexta-feira, 20, que recebeu com “absoluta surpresa” a notícia de que uma assembleia da entidade havia aprovado a sua destituição. A manifestação do empresário ocorreu horas depois de sindicatos ligados à federação começarem a recebeu um e-mail que afirmava que o vice-presidente, Elias Miguel Haddad, havia assumido interinamente o comando da Fiesp. No raro comunicado, Josué diz que “não será uma assembleia clandestina, que sequer tinha itens para deliberar que colocará” a entidade em “riscos econômicos, jurídicos e de credibilidade”. Em outro trecho, o filho do ex-vice-presidente da República, José Alencar, diz ser o “presidente regularmente eleito e com mandato em curso”.
“Com absoluta surpresa recebi de alguns de nossos colaboradores e diretores a informação de que teria sido dado posse ao Diretor Elias Miguel Haddad como Presidente da Entidade, tudo isso em continuidade ao escuso propósito de destituir um Presidente regularmente eleito e com mandato em curso e que até agora, frise-se, não se submeteu a uma acusação formal e específica em Assembleia regularmente convocada para este fim, nos termos Estatutários”, diz o texto. Como a Jovem Pan mostrou na quinta-feira, 19, a Fiesp já havia divulgado um comunicado reafirmando o status de presidente de Josué Gomes. “A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) informa que Josué Gomes da Silva é o presidente da entidade e está no exercício pleno de suas funções, conforme determinam os estatutos vigentes”, dizia o comunicado enviado à imprensa.
Leia a íntegra da manifestação de Josué Gomes da Silva:
Prezados senhores,
Com absoluta surpresa recebi de alguns de nossos colaboradores e diretores a informação de que teria sido dado posse ao Diretor Elias Miguel Haddad como Presidente da Entidade, tudo isso em continuidade ao escuso propósito de destituir um Presidente regularmente eleito e com mandato em curso e que até agora, frise-se, não se submeteu a uma acusação formal e específica em Assembleia regularmente convocada para este fim, nos termos Estatutários.
Tal atitude isolada, desproporcional, irresponsável, acaba por provocar riscos econômicos, jurídicos e trabalhistas em nossa entidade, o que deve ser formal e veementemente coibido, o que faço desde já nesta notificação, tornando sem efeito toda e qualquer deliberação tomada em minha ausência.
O Estatuto da FIESP é o nosso Norte e deverá ser ele fielmente cumprido, lembrando que esta bússola cria causas e condições para cassação de mandato de um Diretor Eleito. Enquanto isto não for realizado segundo as regras estatutárias, cumprirei minhas obrigações legais e estatutárias junto a nossa Entidade, prevenindo riscos e coibindo ilegalidades.
Não será uma assembleia clandestina, que sequer tinha itens para deliberar que colocará nossa Entidade em riscos econômicos, jurídicos e de credibilidade.
Comunico, portanto, que nenhum ato, incluindo eventual e abusiva demissão de funcionários, está autorizada por esta Presidência. Advirto, outrossim, que os responsáveis sofrerão consequências administrativas, trabalhistas e eventualmente em outras esferas, servindo a presente notificação para ciência inequivoca da ilegalidade dos atos praticados nesta tarde, que comprovam a desabrida reiteração de atos ilícitos e a ambição de a qualquer modo ocupar indevidamente a Presidência.