O homem que destruiu o relógio de Balthazar Martinot, que ficava no Palácio do Planalto, foi identificado pela Polícia Federal. O relógio do século XVII foi jogado no chão por Cláudio Emanoel da Silva Gomes, que ainda atirou um móvel sobre o artefato, no dia 8 de janeiro, durante os atos golpistas no Distrito Federal.
Cláudio ainda não foi preso, mas o rosto foi captado em imagens nas câmeras de segurança do Palácio do Planalto, inclusive no momento em que destruiu o relógio, e também foi visto em fotos na Praça dos Três Poderes, atirando um objeto em direção ao Palácio.
O relógio de Balthazar Martinot é datado do século 17 e foi trazido ao Brasil pelo imperador Dom João VI em 1808. Foi um presente da corte francesa, Balthazar Martinot, o fabricante da peça, era relojoeiro do rei Luís XIV. Existem apenas dois medidores desse autor — o outro está exposto no palácio de Versalhes, na França, mas tem metade do tamanho do que estava exposto em Brasília.
Cláudio Emanoel da Silva Gomes ainda vestia uma camisa preta estampada com o rosto de Jair Bolsonaro (PL) e com os escritos “Bolsonaro Presidente”. O acusado retirou os ponteiros e uma estátua de Netuno, que era fixada à obra de arte. A gravação foi exibida domingo passado pelo Fantástico.
Logo após destruir o relógio, o homem tentou quebrar a câmera de segurança do corredor, na tentativa de encobrir o crime. Segundo o site Goiás24h, Cláudio foi identificado por um vizinho dele em Catalão, município de Goiás. De acordo com a pessoa, o suspeito recebia R$ 150 por dia para atuar no QG bolsonarista no município.
Em vídeo publicado um dia após a eleição, ele aparece no bloqueio de uma rodovia, ajoelhado, no meio do asfalto, sob chuva, tentando impedir a passagem de caminhões.