Chegar aos 469 anos de idade tentando manter a plenitude não é tarefa fácil. Mas, desta forma, a gigante São Paulo, com seus mais de 12 milhões de habitantes, a maior metrópole da América Latina e uma das maiores do mundo, recebe cidadãos de todo o planeta de braços abertos. A cidade de São Paulo é a 13ª melhor do mundo, conforme o relatório The World Best Cities de 2023. A capital paulista avançou nos últimos rankings, já que em 2020 ocupava o 59º lugar e, em 2021, a 44ª posição. Mas tudo isso começou no pátio de um colégio Jesuíta, na região central. Nesse local, exatamente no dia 25 de janeiro de 1554, nascia a cidade. O colégio, idealizado por 12 padres, entre eles Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, teve como finalidade principal catequizar índios que viviam na região. As aulas se davam em um barracão feito de taipa de pilão. O atual diretor do pátio do colégio, padre Carlos Alberto Contieri, defende que os fundadores da cidade tiveram papel “crucial” para “inclusão”. “Para os jesuítas, fundar um colégio aqui era fruto de uma ação missionária e da compreensão da sua própria missão. Ainda que essa palavra não existisse no século XVI ou não tivesse a conotação que nós damos hoje, o que eles fizeram naquele século foi um verdadeiro ato de inclusão”, opina. O padre Contieri diz ter esperança de que os ensinamentos dos antepassados possam ser remetidos aos dias atuais. “Grande desafio que nós temos no mundo de hoje, na sociedade de hoje e em particular no Brasil, é a inclusão, fazer com que todos nós, não obstantes as diferenças, possamos caminhar juntos, sem qualquer tipo de ideologia que possa dividir o nós do eles”, comenta
Recém-empossado, o atual governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), falou sobre a pujança da cidade e o que precisa ser feito: “São Paulo é uma cidade fantástica, é realmente a capital dessa grande locomotiva que é o Estado de São Paulo, um local onde todas as culturas se reúnem, um local que abriga, que acolhe todos os brasileiros, que acolhe estrangeiros, um polo gastronômico, cultural, um centro de negócios. E a gente tem muito o que fazer, principalmente cuidar das pessoas em situação de rua, é a coisa mais urgente, cuidar da mobilidade urbana, do transporte público, da saúde, da educação, para que a gente tenha perspectiva, para que a gente tenha futuro e para que mais pessoas se realizem aqui, nesta grande cidade”. Já o atual prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), diz que um dos grandes desafios atuais está na região da Cracolândia. “É uma situação que dura 30 anos. Não é possível que a Prefeitura de São Paulo e o governo do Estado não tomem ações contundentes para a gente resolver esse problema. Contundente na área de segurança é prender traficante, contundente na área de atendimento aos usuários é oferecer serviço de saúde para que eles possam se recuperar e sair desse grande problema: a dependência do crack”, diz ele.
*Com informações do repórter Daniel Lian