Um começo de jogo desligado e marcado por falhas custou uma derrota do Vitória diante do CSA na tarde deste domingo (5), pela 2ª rodada da Copa do Nordeste. Jogando no estádio Rei Pelé, em Maceió, o rubro-negro perdeu por 3×1, estacionou na 7ª posição do grupo A com um ponto e ainda ficou sem o técnico João Burse, demitido pela diretoria. No momento, o time está fora da zona de classificação tanto no Nordestão quanto no Campeonato Baiano.
Léo Gamalho marcou de cabeça para o Leão, mas antes viu o adversário abrir dois gols de vantagem, um deles com Pará, de pênalti, e com Robinho em cobrança de escanteio. O terceiro do CSA saiu dos pés de Rodriguinho, na segunda etapa.
Com a situação complicada no Baianão, o time de João Burse agora precisará encarar as duas competições sob pressão. O Leão terá dois jogos decisivos contra o Atlético de Alagoinhas e Jacuipense no estadual, valendo a classificação, e na sequência encara Sergipe, ABC e Náutico, que atualmente estão no G4 da competição regional.
Em campo, a postura do time nos 15 minutos iniciais foi bem diferentes do que o torcedor tinha visto no duelo contra o Jacobinense, na última quinta-feira (2), pelo Campeonato Baiano, quando venceu por 2×0 e interrompeu a sequência negativa no estadual. Pelo Nordestão, a expectativa era de um time mais concentrado e assertivo, mas o roteiro do jogo mudou com menos de dois minutos de bola rolando.
Foi quando o meia do CSA Geovane arrancou pelo lado direito, entrou na área e caiu após disputa com Zeca. O árbitro Gilberto Rodrigues Castro Júnior apontou a marca da cal e, na cobrança, o lateral Pará deslocou Lucas Arcanjo para abrir o placar da partida.
Nos minutos seguintes, o Vitória encontrou dificuldades de criar pelo meio do campo, explorando os lados com Osvaldo e Nicolas Dibble. Mesmo assim, a dupla não conseguiu levar perigo à meta do CSA e era facilmente desarmada pela marcação.
Aos 15 minutos, em escanteio cobrado na primeira trave, Robinho se antecipou a Leo Gomes e cabeceou em cima de Lucas Arcanjo. O goleiro não conseguiu parar a bola e a redonda tocou nele antes de entrar na rede. 2×0 no placar e um começo de jogo em marcha totalmente reduzida por parte do Vitória.
Burse levou ao campo uma equipe com mudanças em relação ao jogo anterior. Na defesa, deslocou Zeca para o lado esquerdo para substituir Vicente, enquanto Railan ocupou a vaga na direita. No meio, contou com o retorno de Léo Gomes, que antes estava suspenso. E no ataque, precisou tirar Rafinha, lesionado, e colocou Osvaldo, que fechou o trio com Dibble e Léo Gamalho, também retornando de lesão.
E foi com o camisa 9 que o Vitória teve as melhores chances durante os 90 minutos, como aconteceu no gol rubro-negro. Se por baixo o time não inspirava criatividade e agressividade, foi papel de Gamalho devolver o Leão para o jogo. Gegê cobrou escanteio do lado esquerdo, o centroavante subiu mais alto que Tomás Bastos e colocou a bola na rede: 2×1.
O primeiro tempo seguiu com poucas chances criadas pelo Vitória e com o CSA dominando o jogo e se mostrando consciente nas investidas ao ataque, principalmente sob o comando do camisa 10 Geovane pelo lado direito e Robinho, na ponta oposta. Na defesa, afastou todos os cruzamentos arriscados pelo rubro-negro. A chance mais clara após o gol saiu de um lance sem querer de Nicolas Dibble, que cruzou e viu a bola tocar o travessão antes de sair.
Segundo tempo de sufoco
A virada de intervalo não foi produtiva para Burse e para o Vitória e o treinador viu seu time ser muito pressionado nos minutos iniciais do segundo tempo. Antes dos cinco minutos, o Azulão conseguiu uma sequência de quatro escanteios seguidos na área do Vitória e ali já dava o tom do que seriam os 45 minutos finais.
A pressão se estendeu até os 10 minutos, quando o Leão conseguiu seu primeiro contra-ataque e subiu todo ao ataque. No contragolpe, Robinho recebeu com espaço para arrancar e partiu para cima de Dankler. Mesmo com a cobertura de Camutanga no lance, o zagueiro acabou cometendo a falta e a arbitragem mostrou o segundo amarelo para o jogador na partida. Cartão vermelho para Dankler e o que já estava difícil para o Vitória produzir em campo, ficou ainda pior com um jogador a menos.
O único que, mais uma vez, levou perigo à meta adversária foi Léo Gamalho. O centroavante recebeu cruzamento na área, subiu muito alto e testou forte para o chão. A bola acabou tocando na trave e por pouco o Vitória não empatou o placar. Do outro lado, Arcanjo ainda precisou salvador uma boa cobrança de falta de Tomás Bastos e voando para mandar para escanteio.
Mas o resultado da expulsão veio, de fato, aos 25 minutos, quando o lateral Everton Silva fez ótima jogada pela direita, com direito a drible da vaca em cima de Zeca, e cruzou rasteiro para a área. Lucas Arcanjo foi na bola mas não encaixou, sobrando para o atacante Rodriguinho empurrar a redonda livre de marcação para o gol.
O Azulão seguiu cozinhando o jogo e levou o placar de 3×1 até o apito final. Com o resultado, a equipe de Maceió ocupa a 1ª colocação do Grupo B, com 4 pontos conquistados. A distância do Vitória para o G4 no Grupo A é de três pontos. O próximo compromisso da equipe será pelo Baianão, diante do Atlético de Alagoinhas, na quarta-feira (8), às 19h15, em Alagoinhas.
FICHA TÉCNICA
CSA 3×1 Vitória – 2ª rodada da Copa do Nordeste 2023
CSA: Dalberson, Everton Silva (Jonathan), Paulo César, Xandão e Pará; Bruno Matias, William Oliveira (Moisés Gaúcho) e Tomás Bastos (Guilherme Rend); Robinho (João Felipe), Geovane e Kaio (Rodriguinho). Técnico: Bebeto Moraes.
Vitória: Lucas Arcanjo, Zeca, Dankler, Camutanga (Marco Antônio) e Railan; Léo Gomes, Gegê (Eduardo) e Diego Torres; Dibble (Alan Pedro), Léo Gamalho (Tréllez) e Osvaldo (Alisson Santos). Técnico: João Burse.
Estádio: Rei Pelé, em Maceió
Gol: Pará, aos 4, Robinho, aos 14, Léo Gamalho, aos 25 minutos do 1º tempo; Robinho, aos 25 minutos do 2º tempo
Cartões amarelos: Dalberson, Éverton Silva, Wiliam e Geovane (CSA); Osvaldo e Marco Antônio (Vitória)
Cartão vermelho: Dankler (Vitória)
Arbitragem: Gilberto Rodrigues Castro Júnior, auxiliado por Francisco Chaves Bezerra Júnior e Karla Renata Cavalcanti de Santana (trio de PE)