O laudo do exame pericial sobre a morte de Leandro Troesch, encontrado em um dos quartos da Pousada Paraíso Perdido, em Jaguaripe, no baixo sul da Bahia, apontou que o empresário cometeu suicídio.
O documento, assinado no último dia 19 de janeiro, evidencia ainda que não foram detectadas partículas de disparo de arma de fogo nas mãos de Shirley da Silva Figueredo, companheira de Leandro e apontada como suspeita de envolvimento na morte do marido. Shirley está presa desde maio do ano passado.
Shirley foi detida no dia 9 de maio, na zona rural de Iaçu, por descumprir as medidas de prisão domiciliar. À época, o coordenador da 4ª Coorpjn, delegado Joaquim Souza declarou que a prisão dela iria “ajudar a esclarecer as circunstâncias da morte do empresário.”
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Um laudo anterior, publicado em abril, apontou que não houve suicídio no caso, levando o delegado Rafael Magalhães, responsável pelas investigações, a concluir o inquérito policial e indiciar Shirley por homicídio. O novo exame pericial, contudo, muda a versão.
A Polícia Civil foi procurada para comentar se Shirley segue sendo considerada suspeita mesmo com o resultado do novo laudo, mas não se manifestou até o momento desta publicação. Até o momento, Shirley segue em prisão temporária.
Leandro Troesch foi encontrado sem vida dentro de um dos quartos de sua pousada de luxo, com marca de tiro na cabeça, em 25 de fevereiro deste ano.
Prisão de Maqueila Bastos
Maqueila Santos Bastos, amiga da esposa de Leandro, também foi presa por suspeita de envolvimento na morte do empresário. Ela teve a prisão temporária decretada no dia 14 de março.
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Maqueila respondia em liberdade a processos por estelionato e fez amizade com Shirley, esposa do empresário, durante a prisão. Ao ser liberada pela Justiça, ela trabalhou na pousada Paraíso Perdido.
Durante o inquérito, Maqueila chegou a negar envolvimento na morte de Leandro. “No dia do ato, eu não estava lá, eu estava em Salvador, tive em vários locais, inclusive em médico. Eu não tinha nada ligado à situação ligada lá na Paraíso Perdido”, garantiu Maqueila em entrevista à TV Bahia.
Maqueila confirmou que vivia um relacionamento amoroso com Shirley da Silva Figueredo, viúva de Leandro, mas diz que os dois tinham uma relação aberta e que ele não se incomodava. “Nós tínhamos uma relação amorosa, isso não é a esconder, nos conhecemos no presídio, tenho consideração muito grande pela Shirley, sempre tive convicção que a Shirley não tinha cometido (crime). A relação de Leandro e Shirley era aberta. Eu não tinha muito contato com ele, mas tenho indícios que ele sabia sim da relação da gente, mas em momento nenhum chegou a comentar comigo”, explicou.
Ela foi solta no dia 22 de abril, porque a Justiça decidiu não manter a prisão dela, por falta de provas.
Entenda o caso
A pousada começou a alimentar os noticiários policiais com as prisões de seus donos, Leandro Silva Troesch e Shirley da Silva Figueredo, em fevereiro de 2021, após serem condenados por roubo e extorsão mediante sequestro contra uma mulher em Salvador. Um ano depois, Leandro foi encontrado morto dentro de um dos quartos – ele e Shirley estavam respondendo pelos crimes em liberdade.
Desde então, mais fatos foram surgindo, assim como novos envolvidos. Após o sumiço de Shirley, a polícia chegou até o nome de uma amiga dela, Maqueila Bastos. Elas se conheceram no presídio feminino. Os investigadores descobriram ainda que Maqueila havia sido demitida da pousada dez dias antes da morte de Leandro, que não aprovava a amizade entre a esposa e ex-presidiária.
Sem Shirley e Maqueila, a polícia contava com o depoimento de Marcel Silva, o Billy, amigo de infância de Leandro que o reencontrou no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador. Marcel era uma pessoa de confiança de Leandro e por isso era considerado “peça-chave” no inquérito que apura a morte do patrão, mas foi assassinado um dia antes de prestar depoimento.
Diante das novas informações, a polícia considerou importante o interrogatório de Shirley e Maqueila e por isso as prisões delas foram decretadas pela Justiça.
Procure ajuda
Caso você esteja pensando em cometer suicídio, procure ajuda especializada como o CVV e os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial).
O CVV (https://www.cvv.org.br/) funciona 24 horas por dia pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.