Três homens foram retirados vivos nesta terça-feira, 14, dos escombros de prédios que desabaram no sul da Turquia após ficarem presos por 198 horas, ou seja, 8 dias e meio, desde o terremoto que já deixou mais de 35 mil mortos no país e na Síria
As emissoras de televisão locais exibiram ao vivo os resgates dos irmãos Muhammed Enes e Abdulbaki Yeniar, de 17 e 20 anos, respectivamente. Os resgates ocorreram na cidade de na cidade de Kahramanmarash. Os dois irmãos foram enviados a hospitais, com diferentes graus de ferimentos.
Momentos depois, os socorristas também conseguiram tirar dos escombros Muhammed Cafer Çetin, de 18 anos, na cidade de Adiyaman, após fazerem contato com o sobrevivente e de ter sido constatado que ele estava bem.
Os resgates ocorrem oito depois do desabamento de milhares de edifícios em dez províncias da Turquia, onde, em pouco tempo, mais de 80 mil sobreviventes foram localizados entre os escombros.
Fim das buscas
Diante das poucas chances de que se encontre alguém com vida sob os escombros, os trabalhos de resgate pararam em vários locais e muitas equipes estrangeiras voltaram para os países de origem. Enquanto isso, máquinas pesadas começaram a retirar os destroços dos edifícios que desabaram.
Segundo o vice-presidente da Turquia, Fuat Oktay, até o início da madrugada desta terça, foram montados campos com tendas de campanha em 257 pontos nas dez províncias mais afetadas do país. Além disso, foi completada a infraestrutura de 27 “cidades” de contêineres, com o objetivo de alocar de 150 mil a 200 mil desses equipamentos.
“Temos cidades de contêineres de aproximadamente 4,9 mil contêineres. Já há cerca de 20 mil pessoas alojadas”, afirmou Oktay.
Pior catástrofe natural
A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou nesta terça que o terramoto foi a “pior catástrofe natural” em 100 anos na região europeia. “Estamos testemunhando o pior desastre natural na região da Europa da OMS em um século e ainda estamos medindo sua escala”, disse Hans Kluge, diretor da organização para a região (que abrange 53 países, incluindo Turquia e países da Ásia Central).
“Seu verdadeiro custo ainda não é conhecido e levará muito tempo e esforço para se recuperar e curar”, disse ele. O saldo desta terça-feira (31.974 mortos na Turquia e 3.688 na Síria, segundo fontes locais) “provavelmente aumentará ainda mais”, segundo o responsável da ONU.
Ele lembrou que cerca de 26 milhões de pessoas “precisam de assistência humanitária” nos dois países. O destacamento médico de emergência, composto por três aviões e material para atender 400 mil pessoas, é a maior operação realizada pela divisão europeia da OMS em seus 75 anos de existência.