Não foram os livros que ensinaram a Dete Lima, 69 anos, o que ela fez no Ilê Aiyê. “A minha escola foi o Terreiro Axé Jitoulu, com Mãe Hilda, e o Ilê”, diz a estilista, nascida e criada no bairro do Curuzu e responsável pelos figurinos do bloco afro conhecido como o Mais Belo dos Belos.
A trajetória de Dete é contada no quinto episódio do especial em vídeo sobre pessoas fundamentais para o Carnaval de Salvador que o CORREIO publica, a partir desta quinta-feira (16) até o última dia da folia, na próxima terça (21). Você poderá acessar os episódios no nosso Instagram, Tiktok e Facebook.
Dete acompanhou de perto a formação do Ilê Aiyê, do qual, além de estilista, é uma das diretoras. Filha de Mãe Hilda, é irmã de Vovô do Ilê, o fundador do Ilê. No primeiro dos 50 anos de Carnaval do bloco, Mãe Hilda foi na frente.
“Dizia que se a polícia fosse prender os filhos dela, iam ter que prendê-la também”, recorda-se Dete.
Foi da mãe, inclusive, que herdou o interessa pela costura. Ao vê-la preparar as vestimentas sagradas para os orixás, Dete, ainda criança, pensava no que podia fazer com os tecidos coloridos para vestir mulheres pretas. Aos 19 anos, quando o Ilê Aiyê foi criado, ela passou a trabalhar com o que imaginava na infância.
“Antes do Ilê, as mulheres negras não vestiam vermelho, um tecido mais colorido”, diz.
Nessa época, meados dos anos 70, chegou a pensar nos cursos de Medicina, Odontologia e Belas Artes, mas ficou no Ilê. Em uma sala onde trabalham as costureiras, na sede do bloco afro, no Curuzu, Dete é quem dá a palavra final, mas sem recorrer a desenhos ou croquis: as criações são pensadas e cortadas ou em moldes de pano ou no corpo das eleitas deusas do ilê.
“O Carnaval e a beleza do Carnaval cresceram muito mais com a chegada dos blocos afro. A beleza dos blocos afro deram muito mais alegria ao Carnaval de Salvador”.
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