O número de acidentes de trabalho voltaram a crescer em 2021, na Bahia. Dados do Ministério Público do Trabalho no estado revelam que o índice vinha em baixa desde 2009 (com 26.483 casos), mas teve um crescimento na pandemia. Enquanto 2020 registrou 12.127 casos, em 2021 houve 14.326.
Segundo o coordenador de Defesa do Meio Ambiente no MPT, Ilan Fonseca, os acidentes têm relação inversa ao crescimento da economia. Quanto aquece a economia, mais há contratação de trabalhadores que, como costuma ser informal e precária, há mais exposição a riscos.
Os acidentes vão desde corte na mão até transtorno mental e óbito. De 2012 até 2021, os recordistas em acidentes totais foram profissões de atendimento hospitalar, com 17 mil casos; na sequência, o setor bancário, que registrou 5.300 acidentes.
O cenário muda quando se fala apenas de acidentes fatais. As colisões envolvendo motoristas de transporte rodoviário de carga ocasionaram 118 óbitos, e a construção civil, 39.
Fonseca reclama que os hospitais não reconheceram adoecimento por covid-19 como doença do trabalho e, por isso, há subnotificação. Em 2022, o MPT abriu 122 investigações com o tema de acidentes de trabalho na Bahia. Em 2021 foram 148. A redução se deve ao menor número de denúncias, não necessariamente à queda de casos. O especialista, portanto, salienta que trabalhadores podem fazer denúncia pelo site do MPT. A ocorrência é sigilosa e, a partir da apuração, dá origem à investigação.
* Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo