Diversas vias públicas de Salvador já contam com grelhas de bocas de lobo e tampões de poços de visita produzidos à base de plásticos resistentes, chamados de polietileno de alta densidade (Pead), em substituição aos de ferro fundido. A troca vem sendo feita pela Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Manutenção da Cidade (Seman), como solução para diminuir furtos contra esses dispositivos de drenagem, que causam prejuízo de R$ 142 mil ao ano.
Segundo estimativa da Seman, o prejuízo ocorre porque cerca de 400 grelhas de ferro são furtadas ao ano na cidade e 30 por mês, uma vez que os fabricados com metal possuem valor de venda. Para evitar mais custos e dor de cabeça, a alternativa será o uso de grelhas e tampões antivadalismo a base do Pead, um dos polímeros plásticos mais difundidos no mundo que é utilizado para a fabricação de uma variedade de produtos, inclusive na construção civil, possuindo características superiores às de outros plásticos. Reciclável, o polietileno é resistente à corrosão, a altas temperaturas, além de ser impermeável e atóxico.
“Usamos amplamente materiais de Pead na manutenção da drenagem de Salvador, desde os tubos que compõem a rede até as grelhas e tampas dos dispositivos de captação, que são as caixas de sarjetas, conhecidas como ‘bocas de lobo’, e ‘bueiros’, que são os poços de visita. Esse tipo de plástico é muito resistente. As grelhas fabricadas com material suportam até 25 toneladas, mas, apesar dessa importante característica, para nós, a sua principal vantagem é a inibição do furto”, explica o titular da Seman, Lázaro Jezler.
Apenas entre 2021 e 2022, a Seman fez a reposição de 115 peças de sistemas de drenagem, investindo, assim, um valor superior a R$ 93 mil reais. Foram furtadas recentemente grelhas de bocas de lobo da Praça Marechal Deodoro, no bairro do Comércio, e na Colina Sagrada, no Largo da Igreja do Bonfim, onde aproximadamente 50 itens do tipo foram substituídos.
Com os furtos dessas estruturas, os sistemas de drenagem ficam propensos a acumular resíduos e descartes jogados indevidamente nas ruas, provocando entupimentos e, consequentemente, alagamentos em dias chuvosos. Além disso, bocas de lobo e poços de visitas desprotegidos podem provocar acidentes entre pedestres e veículos.
O secretário da Seman explica que as grelhas e tampas de ferro fundido possuem valor comercial, sobretudo em comércio clandestino, embora a prática seja coibida por fiscalizações e autuações em ferros-velhos. “A substituição pelo Pead é progressiva, pois esse material tem um custo mais elevado e produção limitada. No entanto, por ser considerado um material plástico, não possui valor de revenda. Existe também a opção das grelhas de concreto, que são inclusive mais baratas, mas têm baixa resistência”, ressalta Jezler.
Outro fator a ser levado em consideração, pondera o secretário, é o da sustentabilidade, pois a produção do polietileno de alta densidade reduz resíduos no meio ambiente. Segundo fabricantes, para cada grelha reciclada que é produzida são utilizadas 400 garrafinhas plásticas.
Combate ao vandalismo
Os cidadãos também podem colaborar com o combate ao vandalismo, denunciando os casos através do Fala Salvador, no número 156. Outra opção é o WhatsApp (71) 99623-4955, canal de denúncias da Guarda Civil Municipal (GCM). Através do aplicativo de mensagens, o cidadão pode registrar a queixa por mensagem escrita ou por áudio de até 30 segundos, acompanhada de vídeos e/ou fotos.
De acordo com o Artigo 163 do Código Penal, o ato de vandalismo é crime (destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia). A pena é de detenção de um a seis meses, ou multa.