A psicóloga Catharina Brito, 28 anos, estava no trabalho quando recebeu a ligação de um vizinho informando que o apartamento que fica abaixo do que ela mora estava pegando fogo. Na hora, só pensou em Frida, sua companheira de vida há quase dez anos. Saiu correndo em direção ao Edifício Santa Clara, na Rua Bahia, no bairro da Pituba. Lá, se deparou com as chamas e a fumaça preta saindo da lateral do prédio, duas viaturas do Corpo de Bombeiros e os vizinhos na rua acompanhando a operação.
A ligação ocorreu por volta das 13h20 e pouco mais de 2h30 depois ela recebia a pior notícia de toda aquela tragédia, a cachorrinha Frida não resistiu. Entre os vizinhos, a informação era de que o incêndio foi causado após uma briga de casal entre os moradores do apartamento 302. “Falaram que durante a briga a mulher colocou fogo no colchão”, conta a moradora. Só que as chamas se alastraram e conseguiram destruir tudo do imóvel de cima, o 402, onde Catharina morava há quase um ano com Frida.
Depois de ver a casa toda destruída e saber que seus dias não terão mais a alegria da pequena Frida, Catharina decidiu que vai deixar o imóvel, que é alugado. Ela também decidiu que vai levar o caso pra polícia. Vai nessa sexta-feira (31) a 16ª Delegacia (Pituba) registrar uma ocorrência para que o casal seja responsabilizado pelo incêndio e por todos os danos que ele causou.
“A síndica abriu uma queixa-crime e, hoje, depois da perícia, eu vou abrir uma também, por terem colocado todo mundo do prédio em risco e por terem assassinado Frida desse jeito”, informa. Segundo ela, os bombeiros contaram que o corpo de Frida foi encontrado na cozinha. A temperatura alta teria derretido a mangueira do gás de cozinha, provocando vazamento de gás. “A suspeita é que ela tenha morrido asfixiada”, conta Catharina.
Ainda segundo ela, os bombeiros desceram com o botijão de gás bem queimado e teriam falado que se demorasse mais ele poderia explodir. Catharina só conseguiu ter acesso ao imóvel por volta das 17h30. Chegando lá, viu televisão, micro-ondas, fogão, geladeira, máquina de lavar, mesa, sofá e quase tudo que tinha no imóvel destruído.
O prejuízo material estimado, por alto, é de R$ 15 mil. Mas, pra ela, com certeza, a pior coisa foi ter perdido Frida. “Não vou conseguir passar tempo lá porque vou lembrar dela e de toda a situação vivida ali. Ela era minha companheira, sempre fomos grudadas. Adotei ela numa feira e a gente sempre viveu coladas. Amava demais minha bichinha. Fiquei em choque na hora, só pensava se ela tinha sofrido”, lamentou a psicóloga.