Demitidos nesta sexta-feira (31), o repórter Marcelo Castro e o editor Jamerson Oliveira são investigados pela Polícia Civil no caso do Golpe do Pix da Record TV/Itapoan. A informação foi revelada por Zé Eduardo, apresentador do Balanço Geral, em publicação no Instagram.
Na postagem, o apresentador anunciou a demissão, que ocorreu logo após os suspeitos voltarem de férias. Logo após, o texto diz que “os ex-colaboradores são investigados por participar de um suposto esquema de desvio de doações feitas por telespectadores da Record TV Itapoan”, diz.
O apresentador também revelou que a dupla prestará depoimento na Delegacia de Repressão aos Crimes de Estelionato por Meio Eletrônico (DreofCiber).
É a primeira vez que os dois são ligados oficialmente ao caso por alguém ligado a Polícia Civil ou Record TV. Antes, os nomes dos funcionários da emissora eram mantidos em sigilo.
Golpe do Pix
O caso veio à tona no início de março, quando os profissionais, agora ex-funcionários, estavam de férias. A emissora fez um pedido formal de investigação à polícia e também confirmou ter conduzido, em paralelo, avaliação interna sobre a suspeita.
A polícia Civil já confirmou que investiga dois jornalistas, outros funcionários da emissora e pessoas que cederam a chave pix para as transações. Os nomes dos indiciados não foram divulgados, pois o inquérito ocorre em sigilo. A DreofCyber investiga 15 casos possíveis de fraudes que teriam ocorrido por meio de arrecadação de doações para pessoas em estado de vulnerabilidade social.
Em uma das fases da investigação, a PC analisou as redes sociais dos investigados, além de vídeos, prints, depoimentos e matérias jornalísticas. Três aparelhos celulares foram apreendidos e passam por perícia.
O caso ganhou visibilidade após a equipe do jogador de futebol baiano, Anderson Souza Conceição, mais conhecido como Anderson Talisca – que atualmente joga pelo Al-Nassr – cobrar informações sobre uma doação que teria sido feita por ele. Sensibilizado com a história de uma criança, o atleta teria doado cerca de R$ 70 mil.
Em nota enviada ao CORREIO no dia 11 de março, o diretor de jornalismo da TV Itapoan, Gustavo Orlandi, confirmou que a empresa investigava a denúncia de que funcionários da organização teriam desviado dinheiro de doações feitas por telespectadores através de pix.
“A RecordTV Itapoan, assim que recebeu as denúncias, apura os fatos e tomará todas as medidas legais cabíveis para o caso”, disse, por email. O esquema funcionava através do programa Balanço Geral. Pessoas em dificuldade relatavam seus casos na atração televisiva, comovendo o público, que fazia doações via Pix.
Depois da descoberta, o caso então passou a ser investigado pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Estelionato por Meio Eletrônico (DreofCiber), que também está analisando depoimentos, matérias jornalísticas, vídeos e prints de redes sociais.