O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) derrubou a liminar que proibia a Prefeitura da capital paulista de retirar barracas e estruturas improvisadas de moradia de pessoas em situação de rua de locais públicos como calçadas, praças e viadutos. Com a determinação, os trabalhos de remoção começaram já neste final de semana. A reportagem da Jovem Pan News, foi averiguar uma das regiões do Centro da cidade onde os agentes da Prefeitura e Forças de Segurança fizeram a desmobilização da população que ocupava o local nesta segunda-feira, 3. Na região, funcionam várias lojas especializadas em vendas de peças e acessórios para motos. O gerente de um destes comércios, Thiago Menezes, deu a dimensão do prejuízo que a permanência dos moradores de rua e usuários de drogas geraram com a perda clientes: “Está bem complicada a região. De manhã cedo, quando a gente vem trabalhar, as ruas estão todas obstruídas. Os clientes não vieram mais aqui. Muitos vem, mas entram pela contramão, então está bem complicado, está difícil”.
Vanessa Campos, comerciante que sempre vem do Rio de Janeiro para São Paulo repor o estoque de sua loja, confessou que ultimamente tem ficado com receio de frequentar a região central paulistana: “Venho com meu esposo nessa demanda e muitas vezes tenho até evitado de vir por conta do medo de toda essa situação que está acontecendo. Infelizmente os usuários de droga estão dominando a cidade, por onde você passa eles estão. Está muito difícil de vir para cá agora”. A carioca também foi enfática ao dizer que atualmente considera São Paulo mais perigoso do que seu município natal. A reportagem também averiguou que em uma outra loja especializada em acessórios para motos as vendas do final de 2022 para o início de 2023 já teriam caído cerca de 70% por causa do medo dos clientes. A gerente da loja, Tatiane Pereira, afirmou que a clientela tem receio de serem vítimas de furtos e roubos, que ficaram mais frequentes no local.
“As vendas caíram, os clientes têm muita insegurança em vir, trazer a sua moto e deixar aqui na frente. Está cada dia pior e as vendas estão muito fracas (…) A gente está tentando se virar na internet, com motoboys, dando frete grátis e fazendo de todas as formas para conseguir manter a loja, os gastos da loja e funcionários. Está bem difícil”, declarou Tatiane. Outro comerciante, que não quis ser identificado e atua há 40 anos na região central, disse que, além da violência, a sujeira gerada pelas pessoas em situação de rua é grande: “Todo dia é uma sujeira, todo mundo defeca nas portas e faz xixi em todo o lugar. Não sei mais o que fazer, não sei mais a quem recorrer. Ninguém faz nada”. Por causa desta situação, comércios de diferentes segmentos optaram por fechar as portas no local.
*Com informações do repórter David de Tarso