O depoimento de Jair Bolsonaro previsto para quarta-feira à Polícia Federal sobre as joias que recebeu de autoridades da Arábia Saudita está sendo ignorado por seus seguidores nas redes sociais.
Não há a mesma mobilização de antes, quando seus apaixonados simpatizantes paralisavam as redes em defesa do ex-presidente, pregando sua inocência e culpando Lula e o PT pelos percalços que enfrenta.
Para deputados do PL, seu partido, é até bom que o depoimento ocorra numa véspera de feriado, com o Congresso Nacional às moscas e sem palanque para opositores subirem a tribuna e atacá-lo.
Mas, se é véspera de feriado, seu depoimento à PF ocorre um dia depois de o primeiro ex-presidente americano, seu amigo de ideologia Donald Trump, se tornar réu em um caso criminal.
Os casos das joias – ao todo foram três conjuntos – são um complicador para o ex-presidente, que terá que explicar sua ação na tentativa de reaver um dos conjuntos, enviando auxiliares na alfândega no aeroporto em São Paulo. E terá que achar também uma boa justificativa por não ter destinado esses colares e relógios para o acervo público da União, do Palácio do Planalto.
Não é difícil entender o sumiço dos bolsonaristas nessa hora de difícil e de quase impossível explicação.