InícioNotíciasPolicialCoincidências, semelhanças e diferenças de Bolsonaro e Trump nas mãos da Justiça

Coincidências, semelhanças e diferenças de Bolsonaro e Trump nas mãos da Justiça

Dois ex-presidentes das duas maiores democracias ocidentais estão, nesse momento, enfrentando percalços na Justiça. Nos Estados Unidos, o bilionário Donald Trump foi indicado em 39 processos movidos pela promotoria de Nova York, todos envolvendo acusações de suborno e ocultação contábil para evitar que casos extraconjugais fossem revelados durante a campanha presidencial. Ele nega, e afirma estar sendo perseguido e que os processos objetivam prejudica-lo eleitoralmente.

No Brasil, o ex-militar Jair Bolsonaro prestou depoimento à Polícia Federal (PF) na condição de investigado no caso das joias presenteados pelo regime da Arábia Saudita. Durante as três horas que foi ouvido, Bolsonaro contou que só soube das joias retidas no Aeroporto de Guarulhos em 2022. E que deu ordens de desembaraça-las da alfândega para evitar um “vexame diplomático” com a Arábia Saudita, já que os colares e brincos de R$ 16,5 milhões dados à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, seriam um presente que, caso não fosse resgatado, iria a leilão.  A versão, contudo, não bate com documentos do próprio governo, que indicam que as tratativas para retirar as joias do aeroporto começaram ainda em 2021. 
 
O impacto eleitoral desses processos ainda é desconhecido. Mas no caso americano, os analistas dizem que Trump entra enfraquecido nas disputas internas do partido Republicano para ser indicado da legenda para a próxima disputa presidencial. O risco, inclusive, tem levado assessores a discutirem o lançamento de uma candidatura independente (nos EUA, uma pessoa pode ser candidata a presidente sem pertencer a qualquer partido. Trump, inclusive já concorreu de maneira independente antes de ser eleito em 2016).

No Brasil, a situação de Bolsonaro está mais perto do desfecho. E embora os crimes a que responde prevejam a prisão como pena, os especialistas afirmam que dificilmente o ex-presidente irá para a cadeia. Por outro lado, é muito provável que Bolsonaro seja considerado inelegível em alguma das ações que tramitam na Justiça Eleitoral. O mais adiantado deles é a denúncia de uso da máquina pública para atacar as urnas eleitorais (e assim a idoneidade do processo eleitoral) no episódio em que reuniu embaixadores de nações estrangeiras no Palácio do Planalto. 

No caso de Trump, além da frente jurídica, ele também está em batalha no campo político. Dentro de seu partido, o governador da Flórida, Ron DeSantis, está ganhando cada vez mais espaço.  Ele ainda é acusado de ter orquestrado a invasão do Capitólio (o Congresso americano) no dia 6 de janeiro de 2021 de maneira a impedir que o Legislativo reconhecesse a vitória do atual mandatário Joe Biden. 

Essa é mais uma coincidência entre os dois ex-presidentes. No Brasil, em 8 de janeiro deste ano, um grupo de apoiadores de Bolsonaro invadiu e vandalizou a sede dos três poderes em Brasília. O episódio está sendo investigado em inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal, que já identificou parte dos financiadores dos atos antidemocráticos, incluindo parlamentares e ex-parlamentares. Em 8 de janeiro, Bolsonaro não era mais presidente do Brasil e estava de férias na Flórida, nos EUA. Mas antes disso, ainda antes mesmo do início da campanha presidencial, ele dizia que se o Brasil não adotasse o voto impresso poderia acontecer aqui algo pior do que a invasão ao Capitólio (que deixou 5 mortos). 

Contudo, há aqueles que não acreditam em coincidências. Fato é que Trump e Bolsonaro, e a vitória do Brexit, são a parte mais visível de um mesmo fenômeno, o fortalecimento mundial da extrema direita por meio de narrativas antissistema e bandeiras morais difundidas por redes sociais e seus algoritmos que fazem as pessoas se comunicarem em bolhas, rejeitando a conversa com quem pensa diferente, entre outras características.  

Uma das mentes por trás da organização global dessa tendência é o americano Steve Bannon. Ele comanda um podcast chamado de The Moviment, foi estrategista de Trump e conversou, em mais de uma oportunidade, com Eduardo Bolsonaro. Ele esteve preso por desviar para si recursos que pedia em doação para a construção de um muro na fronteira entre o México e os Estados Unidos como forma de evitar a entrada de imigrantes na nação mais rica. A construção do muro foi, inclusive, uma das mais ouvidas promessas de Trump na eleição americana de 2015.

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