A técnica de enfermagem Silvana de Oliveira Pereira, de 36 anos, citada em investigação da Polícia Federal como a agente que teria vacinado o ex-presidente Jair Bolsonaro, negou ter aplicado o imunizante no político, em entrevista exclusiva para a Piauí.
Segundo dados obtidos pela PF no Sistema da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), Silvana teria vacinado Bolsonaro com um imunizante da Pfizer, lote FP7082, no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias, no dia 14 de outubro do ano passado. No entanto, segundo a PF, o registro é falso.
Em entrevista à Piauí, Silvana disse que já não trabalhava no setor de imunizações desde 2021, quando estava lotada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). “Trabalho na prefeitura há alguns anos e não estou entendendo nada”, comentou.
Além do supostos dados forjados a respeito da falsa imunização do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a investigação da Polícia Federal aponta para a inclusão de dados falsos relativos à vacinação contra a covid-19 da sua filha Laura, hoje com 12 anos, e de ajudantes.
Segundo a PF, as inserções falsas aconteceram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 e tiveram como consequência a alteração da condição de imunizado contra a covid-19 dos beneficiários. Com os dados falsos, os beneficiados conseguiram emitir certificados de vacinação e usar para burlar restrições sanitárias impostas pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos.
Uma operação em curso na manhã de hoje cumpre 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro, inclusive em uma residência do ex-presidente.
Foram presos o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, além de outros nomes da então segurança presidencial: o policial militar Max Guilherme, que atuou na segurança presidencial, o militar do Exército Sérgio Cordeiro, que também atuava na proteção pessoal de Bolsonaro e o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.
A operação da PF também apreendeu os celulares do ex-presidente e da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O ex-presidente não foi alvo de mandado de prisão, mas deve prestar depoimento ainda hoje.